24.

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Ágata.

Sabe quando você começa a sentir que tem algo de errado?

Quando você começa a pensar demais, e começa a bater várias neurose?

Eu tava assim.

Tinha dias que eu tava palmeando Vargas, e ele sem perceber nada, se fazendo de sonso. Homens né.

Meu detector já tinha apitado várias vezes, já mandei a letra, não tá acreditando? Eu que não vou bater cabeça com homem barbado. Cada um sabe onde teu calo aperta, e o meu? Ah, ele já tava apertado, até demais.

Eric: você tem certeza disso, Queen? - disse, me olhando, enquanto eu mexia no meu celular.

Eu: absoluta. - falei despreocupada. - cara, eu não vou bater cabeça... - eu ri negando. - olha minha idade? Vai pá porra, sou mais aquela menininha não.

Eric: mas tem alguma prova? - disse meio incerto.

Didi: eu não espero nada dos homens. - disse pela primeira vez. - eu só fico observando Tody, nunca peguei nada, mas quando eu pegar, é pouca ideia. - suspirei.

Eu: cara, eu tô com tanto ódio. - neguei, passando a mão no rosto.

Estávamos em um quiosque, em frente ao mar. Eu precisava respirar um pouco. Sinto que perdi muito nessa caminhada.

Eric: aquele cabeça de repolho só faz merda. - falou com raiva. - como alguém pode fazer isso com a Ágata, gente? A não.

Eu: amigo, não é fazer comigo... - eu ri, não de felicidade. De nervoso mesmo. - é a pessoa não valorizar, não vê o tanto de anos que batalhamos pra chegar até aqui e ter a cara de pau de arrumar outra na rua. - tomei um gole da minha cerveja. - cansei de ficar calada, eu vou quebrar o pau mesmo. Ágata barraqueira ainda tá bem aqui. - Ingrid me olhou assustada.

Didi: vai atrás da rapariga? - disse animada e eu neguei.

Eu: safado é ele... vou atrás é dele, e ele reze pra eu não acertar é um tiro na cabeça dele. - Eric colocou a mão na boca.

Eric: tô chocada, passada. - me olhou apavorado.

Curtimos nossa tarde, do jeitinho que queríamos. Pensei muito, respirei, conversei. Estava precisando mesmo.

[..]

Cheguei já era mais de 00h, Vargas tava na sala com Igor. Assim que me viu, veio igual foguete na minha reta.

Eu: não me toca. - falei ríspida.

Vargas: aonde tu tava? - falou sério.

Eu: no inferno. - falei ignorante.

Índio: vish. - olhei pro Vargas e neguei.

Eu: pega tuas coisas no quarto e vai dormir no quarto dos hóspedes. - falei. - se você não for, eu vou.

Vargas: que porra é que tá acontecendo? - me olhou confuso.

Eu: você quer mesmo que eu faça escândalo agora? - parei, encarando ele. Igor só encarava toda a cena. - se você quiser, eu faço. Até grito pra essa porra toda ouvir. - apontei pro Vargas.

Vargas: tu bebeu, cara? - passou a mão no cavanhaque, visivelmente nervoso.

Eu: duas cervejas, amor. - falei debochada. - isso não anula o fato de que amanhã, vou acordar e vai ser pior. - sorri de lado.

Índio: mãe, sobe. Vai tomar um banho. Amanhã vocês conversam pô. - comentou.

Vargas: melhor mermo, tô afim de estressar agora não. - resmungou.

Eu: então vai preparando teu argumento, pilantra safado. - apontei pra ele. - sou moleca não, tu sabe muito bem do que eu tô falando. E não adianta fugir pra boca não, porque eu vou atrás e arraso com a tua cara lá mesmo. - ameacei ele e sai dali.

Meu coração tava como? Faltando explodir.

Já teve vários boatos, mas nunca chegou com provas. E pra mim, essa foi a gota d'água.

Chegou fotos, mensagens, coisas que eu não precisava nem ao menos de saber.

O que mais dói, é ver que você se deu tanto, pra nada. No final, a gente ainda sai como errada.

Pra mim, já deu!!!!

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora