102.

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Nanda.

Depois que Lara saiu dali, a minha vontade era de enfiar minha cabeça num buraco.

Carla tava conversando com o tal do Rui, e eu? Largada as traças.

Dei um gole na minha bebida, e peguei meu celular, olhando as horas.

Levantei meu olhar e logo ele se encontrou com aquele pretinho pilantra.

Ergui a sobrancelha, bufei e desviei o olhar.

O coração chega errou as batidas.

Única coisa que eu queria agora, era tá deitadinha com esse maldito.

Continuei bebendo pra tentar desviar o foco daquele homem que tava a minha frente. Mas era impossível né? Um caralho mesmo.

Logo uma garota de aproximou dele, cumprimentou o mesmo, e ficaram conversando.

Foquei meu olhar naquela cena do inferno, vendo até aonde iria chegar aquela baixaria.

Dava pra ver que ela tava toda afoita pro lado dele. Toda soltinha. Vagabunda.

Vez ou outra ele me olhava, cheio de ironia.

Que porra é essa?

Vavá: e aí, Nandinha. - se aproximou, tirando meu foco.

Eu: fala tu, Vavá. - olhei de relance. - tá sumido uai.

Vavá: tava em outro estado pô... - concordei. - patrão mandou resolver umas parada fora daqui... Cheguei hoje!

Eu: ah, bom demais. - sorri de lado.

Vavá: tá solteira? - falou sem jeito. - fiquei sabendo que tu tava enrolada com o mano.. - olhei pra ele.

Vavá portava seus 1,80... Tatuagem pra mais de metro, branquinho e cabelinho na régua. Era bonito, tinha carinha de quem fazia um trabalho bacana na cama, se eu não fosse completamente gamada naquele filho de uma rapariga.

Eu: tô solteira. - ele sorriu concordando. - senta ai. - apontei com a cabeça.

O mesmo foi pegar um copo dentro do bar, e logo voltou.

Índio tava de longe, só encarando a cena. Parecia ter se transformado.

1×1

Me levantei para ir no banheiro. Avisei Carla e fui.

Fiz minhas necessidades, lavei a mão e ajeitei meu cabelo, me olhando no espelho.

Tava num brilho legal.

Suspirei e logo vi índio atrás de mim.

Suspirei e ele se aproximou.

Índio: porra Nanda, que merda é aquela? - falou sério.

Eu: não começa. - murmurei.

Índio: não começa? Com parceiro do corre, porra. - falou se estressando e eu ri fraco.

Eu: e só você pode conversar com os outros? - ele me encarou, e se aproximou. - fica aí.

Índio: não é pra trocar ideia com ele. - sussurrou, apoiando as mãos na pia, fazendo eu ficar presa.

Eu: ah é? - ergui a sobrancelha. - não fode, Igor. - ele me encarou.

Ele ficou uns minutos me olhando, e se afastou, negando.

Índio: que porra, mané... - disse nervoso. - porque você complica tudo? Era pra gente tá junto, caralho. - passou a mão na cabeça, visivelmente abalado.

Fiquei calada. Nem eu sabia o porquê não estávamos juntos.

Ah, lembrei. Sou uma cuzona medrosa, com medo de ser machucada.

Eu: desculpa. - senti minha garganta travar, e o mesmo me olhar, no mesmo instante.

Eu não tinha palavras. Minha garganta parecia que tinha uma enorme pedra, fazendo com que eu ficasse engasgada.

Eu: meu deus. - senti meu rosto esquentando. eu não podia chorar, que porra é essa.

Índio ficou calado, mas me puxou e me envolveu no seu abraço.

Meu coração parecia que ia explodir. Meu rosto pegando fogo, e várias coisas passava pela minha mente.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora