72.

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KN.

Mente a milhão, vida atribulada. Tô até tomando gosto por essa vida. Se existiu vida boa, eu não lembro mais.

Tô pagando pelos meus erros, mas vou ficar lamuriando? Vou nada pô, já foi, já era.

Virei cria mermo, cheio de revolta, cansei pô, um erro e geral apontando o dedo. Tô nem vendo mais, tentei recuperar a confiança, tu ganhou? Só se fodeu mais ainda. Mas é isso mermo.

Índio: pô KN, da uma controlada aí. - me olhou, enquanto eu cheirava uma fileira de coca.

Eu: fica na tua. - ele me encarou negando.

Índio: que porra tá acontecendo contigo, cara... - resmungou e eu encarei ele.

Parecia até piada um bagulho desse, tá ligado?

O maluco sabe tudo que venho passando, e ainda faz essa perguntinha de baitola.

Eu: desculpa aí se você não tá na minha pele. - falei debochado. - na moral índio, vai caçar uma buceta pra tu atormentar o juízo.

Índio: vou não, seu vacilão. - revirei os olhos. - cada dia que passa tu só tá se afundando, aprontando várias. Tá maluco porra, os cana tão querendo te passar.

Eu: manda vim, pô. - o mesmo passou a mão no rosto, nervoso. - tô vivendo minha vida no automático, parceiro. Vem de ideia pro meu lado não. - neguei.

Chega me desmotivou a continuar cheirando. Deixei o pó em cima da mesa e pinei pro barzinho do Zé.

Índio parecia meu macho, vivia na cola. De certo, tinha medo de acontecer algo comigo.

Eu: se for encher a porra do meu saco, vai pá tua casa. - apontei pra ele.

Índio: vai dá tua bunda. - falou sério e eu ri fraco.

Eu: e tua irmã em? - ele estreitou o olhar, negando.

Índio: HM... - falou pensativo. - sei lá, tem dias que não falo com ela.

Eu: vagabundo... - neguei e pedi uma breja.

[..]

Cheguei em casa louco.. carregado pelo parceiro.

Cocaína e cerveja era pancada.

Minha mãe me encarou, já sabendo meu estado. Nem falou nada.

Subi pro meu quarto trocando as pernas, bagulho doido mermo.

Ingrid: Kauan. - murmurou da porta e eu neguei.

Eu: hoje não. - suspirei.

Eu sabia que era mais uma das milhões de chamada de atenção. Mas eu tava era de saco cheio.

Perdi tudo pô, qual motivação eu tenho? Nenhuma. Só quero viver.

Ingrid: isso não é vida. - continuou e eu olhei pra ela, sentindo meu corpo formigar. - pelo amor de Deus, olha teu estado. Você tá querendo se matar? - suspirei, agora sentindo meu peito doer.

Tinha algo errado. Muito errado. Meu corpo formigando, meu peito doendo, e eu não conseguia falar.

Tentei respirar fundo, mas tava impossível.

Ingrid: Kauan, tá tudo bem? - se aproximou assustada. - Filho, fala comigo. - se desesperou.

Senti meu corpo se debatendo e minha língua enrolando, e eu caindo no chão com tudo. No final de tudo, só o grito da minha coroa na mente, e eu apagando.

__

Ceis perdoa eu? Hahahahah gente, eu tô ficando muito sem criatividade, por isso eu sumo por uns breves e pequenos dias.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora