20.

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Índio.

Acordei todo lascado. Tá maluco, irmão. Aquilo num era uma mulher não, era uma máquina.

Encarei a mesma deitada ao meu lado, com os cabelos todo grudado no rosto, dormindo igual um anjo.

Quem vê pensa que era anjo mermo, mas aquilo era o próprio diabo. Tá repreendido.

Nanda: tá tirando toda a minha energia vital. - falou ainda de olho fechado.

Eu: vai matar outro de susto, garota. - reclamei e ela riu.

Nanda: você que tá me encarando aí. - abriu os olhos.

Neguei bufando.

Me levantei e fui até o banheiro. Tomei uma ducha e sai enrolado na toalha.

A minha já tava vestida com a mesma roupa da noite anterior. Esquisita.

Eu: quer tomar banho não? - ela negou e eu fui até meu guarda roupa.

Nanda: se não for pedir demais. - olhei pra ela, que sorriu sem jeito. - poderia me deixar em casa?

Eu: deixo pô, só marca um dez aí. - ela concordou.

Peguei uma cueca box branca da Calvin Klein e vesti. A garota só ficava olhando, e quando via que eu tava ligado nela, mexia no celular, negando.

Ri fraco e lancei uma bermuda. Calcei minha Kenner, coloquei uma correntinha de ouro no pescoço e meu relógio.

Peguei uma regata e joguei no ombro e chamei ela.

Nanda: nossa, que tanto de carro. - riu, olhando todos que tava ali na garagem.

Eu: qual tu quer ir? - ela me olhou desconfiada.

Nanda: qualquer um. - riu. - só quero chegar em casa, tô fedendo.

Eu: tá nada pô. - ela revirou os olhos.

Adentramos no golzinho cheio de som, liguei o mesmo e sai dali.

Cheguei em frente a casa dela, e a mesma desceu.

Nanda: obrigada. - sorriu.

Eu: vou te ver de novo? - ela me olhou pensativa.

Nanda: talvez... - deu de ombros e eu olhei chocado pra ela. - sabe né? Não gosto muito de figurinha repetida.

Eu: como é? - falei me engasgando. A mesma riu. - tá se achando demais, pô.

Nanda: obrigada, índio. Até. - me deu um selinho e saiu dali.

[..]

KN testava meu juízo pô, tem explicação não pô.

Tô ligado que sou chato, mas porque minha irmã? Ele já sabe do nosso combinado irmão, nada de mexer com ela.

Me deixava era puto.

Ágata: o que foi agora, Igor? - apareceu do além, me assustando.

Eu: tô suave. - falei sério.

Ágata: e eu nasci ontem. - cruzou os braços e eu bufei.

Eu: KN com as graça dele. - neguei, dando um gole na minha cerveja.

Ágata: deixa a mãe te falar uma coisa. - eu neguei. - vai ouvir sim, se não eu te quebro.

Eu: conversa saudável, graças a Deus. - ela riu.

Ágata: hora ou outra, você vai ter que aceitar. - ergui a sobrancelha. - não tô dizendo que eles vão ficar, mas e se rolar? Você vai ficar sem falar com teu amigo? Eles já são adultos, eles se entendem e se resolvem. - neguei. - deixa sua irmã viver, Igor. É muito ruim viver assim.

Eu: então pra senhora é tranquilo? - olhei pra minha mãe, que tinha uma expressão tranquila no rosto.

Ágata: claro. - deu de ombros e eu respirei fundo. - se eles querem, quem sou eu pra dizer algo?

Eu: a mãe dela. - ela riu fraco.

Ágata: só não fica se estressando por essas coisas. Você sabe que sua irmã dá nó em goteira. - concordei. - inclusive, vai lá em casa ver se ela tá viva. Chegou e nem comeu.

Eu: tudo eu. - reclamei. - eu sabia que essa conversa tinha algum fundamento.

Ágata: tá piando demais. - falou seria e eu ri.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora