47.

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Tody.

Eu: a gente vai arrumar um caô tão grande. - resmunguei, enquanto Vargas dirigia o carro.

Vargas: moço, tô ligado no que tô fazendo. - me olhou rápido e voltou a atenção no trânsito.

Eu: e eu, rapá? - encarei ele, fazendo careta. - eu num sei o que tô fazendo aqui não.

Vargas: tu é companheiro ou fi da puta? - riu fraco.

Eu: te fude, Vargas. - peguei meu celular. - tu vai fazer o que?

Vargas: tirar essa história a limpo, Tody. - concordei. - nego achou que ia ficar tudo lindo, vai ficar limpo depois que eu tiver toda história na minha mão. Sem nem uma curva.

Eu: e tu acha que essa mina vai falar? - ele me olhou e sorriu. Ergui a sobrancelha.

Esse cara era louco de pedra.

O erro desse povo é mexer com gente quieta demais. Só espera a poeira abaixar pra ir atrás cobrar. É loucura.

Vargas: se não contar, nós corta a língua dela. - disse despreocupado.

Eu: não posso fazer promessa pra Deus, que sempre você aparece pra eu quebrar. - reclamei e ele riu.

____

Paola: para Vargas, o que você tá fazendo? - tento se soltar. - como você achou meu endereço? - falou assustada.

Vargas: tu tá mexendo é com bandido, Paola. - falou sério. O cara tava transformado, nem eu tava reconhecendo.

Paola: eu tô ligada, cara. Mas eu não fiz nada. - choramingou.

Eu: acho melhor tu responder os bagulho que ele quer. - falei despreocupado.

Paola: ele nem perguntou nada. - falou óbvia, me olhando e logo olhando pra ele.

Vargas: eu vou deixar esse bagulho aqui ligado. - mostrou o aparelho de gravar áudio. - quero que você seja bem clara nas respostas, caso contrário... - fez sinal de arma.

Eu: misericórdia. - neguei, catando meu celular que tocava.

Olhei no visor e vi o nome da dona encrenca, nem atendi. O momento não era propício para atender ela. Em casa a gente se resolve.

Vargas: bora porra, responde. - segurou o maxilar dela com força. A pistola já tava na mão dele.

Paola: foi o saraiva, Vargas. Eu só fiz porque precisava do dinheiro. - falou apavorada. - ele disse que você casado não era mais útil.

Vargas: útil pra quê, caralho? - falou começando a ficar nervoso.

Paola: eu não sei, cara. - suspirou. - ele só falou isso. Queria tirar a Ágata só caminho. Ele até tentou contato com ela, mas... - Vargas encarou ela. - ela não atendeu.

Vargas: é o que rapaz? - falou desacreditado. - Tô nem crendo num bagulho desse. - passou a mão no cavanhaque. - E as fotos? - ela negou. - FALA, PAOLA.

Paola: ele pagou um menó pra espalhar. - suspirou. - me mata logo, eu vou morrer de qualquer jeito.

Vargas: vou fazer nada contigo. - soltou a garota com tudo, que foi de encontro ao chão. - a vida que tu leva, já tá fazendo você pagar tudo o que fez pro meu casamento.

Fiquei calado, só olhando a cena da garota no chão, chorando.

Nem me envolvi. Pelo menos não matou ninguém.

Tô um velho sem pique pra esses bagulho, sou a universal agora.

[..]

Eu: e aí, tu vai fazer o que? - encarei ele, que ainda segurava o aparelho.

Vargas: primeiro vou me resolver com minha dona. - falou despreocupado. - no momento, só isso me importa mermo.

Eu: e aí? - ergui a sobrancelha.

Vargas: depois que eu tiver com ela, o bagulho flui. - sorriu sacudindo os ombros. - nada me importa, parceiro.

Eu: não vai fazer nada com Saraiva? - ele me olhou, enquanto reduzia o carro.

Vargas; o dele tá guardado. - concordei. - tu tá ligado, irmão. O paninho dele tá aguardando o momento certo. - falou sério. - tava tranquilo até o momento que ele queria me foder, mas querer contato com Ágata? Aí não, meu parceiro. Aí não. - negou, cheio de ódio. Só concordei.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora