79.

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Vargas.

Eu: QUE PORRA, CARALHO. - falei batendo na mesa. - ESSE TANTO DE HOMEM, NAO ACHA MEU MOLEQUE? - falei andando de um lado pro outro.

Tody: eles tão pesado, parceiro. - me olhou, nervoso.

Eu: e todo mundo aqui é treinado pra essa porra, Tody. Qual foi irmão? Tá tirando? - encarei ele.

Tody: não é isso, Vargas. Os mano tão vindo tudo nas peça certa. - fechei a cara e olhei pra ele. - parecendo bagulho armado, passaram a porra dos treinos tudo.

Eu: então vamo ter que fazer a moda antiga porra. - falei óbvio. - manda os moleque fechar as principais pô, ainda não conseguiram chegar nem na metade da favela. Taca pneu, gasolina e pode pôr fogo nessa porra. - passei a mão no cavanhaque. - quem passar, fuzila sem dó.

Tody concordou e foi passar o radinho pros mano que tava na guerra.

Catei meu celular e disquei o número da patroa. Minha preocupação é ela e meus filhos. Tá maluco porra.

Ágata: amor. - atendeu no segundo toque. - pelo amor de Deus, como tá aí? Cadê os meninos?

Eu: Lara tá no mermo lugar. - respirei fundo. - Índio sumiu, Ágata. - a ligação ficou muda. - liguei pra Lara e ela disse que ele saiu com um fuzil, antes de sair da goma teve tiro... Sumiu parceiro, os moleque tão tudo na cola dele, e nem sinal daquele moleque.

Ágata: encontra ele. - suplicou. - eu sei que ele tá em algum canto. Meu Deus do céu.

Acalmei a dona e desliguei. Logo me lembrei da moleca que vive com ele, a tal da Fernanda.

Nem pedi nada pra ninguém. Quando a gente quer bagulho bem feito, a gente mermo vai atrás.

Coloquei meu colete, peguei minha pistola e meu fuzil e fui em direção a casa da coroa que cuidava da mina.

[...]

Depois de ter matado uns 8, consegui chegar na casa da velha.

Adentrei sem bater mermo pô, tava na neurose cabulosa. Mente a milhão.

Essa invasão ia me dá um prejuízo do caralho.

Bati na porta e logo uma senhorinha abriu, toda assustada.

Eu: quero nada contigo não, coroa. - falei sério. - quero saber da tua neta.

Nanda: oi. - apareceu na porta do quarto.

Eu: esse vagabundo tá aqui né? - falei sério, passando a mão no rosto. - cadê esse meliante, deixa eu olhar a cara desse pilantra.

Ela riu fraco e eu me aproximei do quarto, vendo Índio deitado na cama, comendo pipoca.

Eu: tu num tem vergonha não, seu preto safado? - encarei ele, que se assustou. - caralho, eu podia te arrebentar.

Índio: o pai, essa louca tava no meio da rua, me arrastou pá cá. - encarei aquele menino a minha frente.

Eu: E TU DEIXOU TUA IRMÃ SOZINHA, CACETA. - falei bravo. - olha Índio, tu reza pra eu sair vivo nessa merda, porque a surra que tu não levou, tu vai levar depois que isso acabar. - apontei pra ele.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora