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KN.

Neco: qual é a tua com o Vaz? - me olhou curioso.

Eu: esse pau no cu querendo tirar informação. - falei sério.

Neco: tu tá ligado que enquanto tu não falar, ele não vai parar, né? - encarei ele.

Eu: pois ele que continue na graça dele. - dei de ombros, e Neco riu.

Assim que calei, o caralho do homem apareceu na cela. Revirei os olhos e neguei.

Vaz: Kauan? - falou debochado, me levantei.

Eu: tá querendo um beijo porra? Todo dia vem nesse caralho. - reclamei.

Vaz: rapidinho corto tua asinha e tu para de onda. - deu um tapa na minha cabeça.

Neguei e fiquei calado.

O mesmo me algemou e me levou pra ala esquecida.

Eu: tu num vai largar o osso mermo? - o mesmo me olhou debochado.

Vaz: tu acredita que a dondoca conseguiu escapar? - encarei ele. - por pouco pô, se não fosse aquela outra garota, hora dessa tu já tava falando o que eu queria ouvir.

Eu: toma no cu, rapa. - falei sério. - tu tá achando que a gente é conhecido pra tá trocano ideia assim? Não fode.

Vaz: qual foi KN, tu faz parte de facção forte e não fala quem é o de frente? - eu ri, negando.

O cara quer entrar na polícia e não faz nem umas pesquisas antes, é o cúmulo.

Eu: queria saber como tu ainda passou no caralho de concurso... - ele me encarou. - vai procurar informações, quer tudo na boca.

[..]

Os dias se passaram e finalmente conseguiram me tirar daquele caralho todo.

Um peso a menos.

Todos os dias pareciam ser os últimos. Aqueles alma sebosa achavam que podia fazer tudo de ruim com a gente.

Índio: caralho, nao ficou nem 1 mês e tá só a capa da gaita. - encarei ele. - parei pô.

Eu: brinca muito rapá... passa pelo menos dois dias naquela joça. - reclamei.

Índio: aí, que rebeldia. - deu partida no carro e eu fiquei calado.

Eu: e Lara? - falei depois de um tempo.

Índio: em casa. coroa não quer deixar nem ela pisar na esquina. - concordei.

Eu: e o bebê? - ele me olhou e ficou calado. - aconteceu algo, índio?

Índio: não. - respondeu rápido. - só aqueles b.o de antes!

Eu: tu tá escondendo bagulho pô, vou entender legal não... - falei sério.

O mesmo ficou calado e eu nem quis saber mais.

[..]

Cheguei e já fui voado pro quarto da encrenca.

Ela tava deitada na cama, encolhida.

Respirei fundo e me aproximei.

De cara já vi que tinha bagulho errado. Ela tava dormindo, com a cara inchada. minha visão desceu e eu já ergui a sobrancelha.

Que porra era essa?

Eu: Lara? - cutuquei ela. - acorda aí pô, bó trocar um papo.

Demorou um tempinho mais ela abriu os olhos, e me olhou cansada.

Os olhos cheio de olheiras pretas, a cara de choro.

Lara: quando você chegou? - murmurou, abaixando o olhar.

Eu: o que aconteceu, Lara? - mudei o assunto, encarando ela, os olhos logo ficaram marejados.

Lara: eu... eu não tive culpa!! - a voz falou e as lágrimas rolaram. - foi muito estresse, a gravidez era de risco. - passou a mão no rosto, limpando as lágrimas.

Nem falei mais nada, só puxei ela pra um abraço.

Lara: eu tentei de tudo... - soluçava. - fiquei uns dias no hospital, mas o corpo não aguentou, tive um aborto. - ela chorava baixinho no meu peito. - nosso neném, KN.. fizeram eu perder o nosso neném.

Foi como se eu tivesse levado várias facadas no peito.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora