29.

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Lara.

Cheguei em casa e já era tarde da noite. Tio Eric veio me trazer.

Minha cabeça tava explodindo, e eu nem tinha raciocínio mais.

A casa já tava toda arrumada.

Respirei fundo e adentrei na mesma.

Um silêncio do caramba, deve que não tinha ninguém.

Subi pro meu quarto e me joguei na cama.

Peguei meu celular e o mesmo começou a tocar. Olhei no visor e vi o nome de Nanda.

Tinha me esquecido da póbi.

Eu: nossa, me desculpa. - ri fraco.

Nanda: ainda bem que o índio não saiu daí... - falou. - ele que me deu resgate.

Eu: humm, vocês dois... Sei não viu. - ela tossiu.

Nanda: sai, Lara. - resmungou. - somos amigos.

Eu: que transam? - ela gargalhou.

Nanda: como tá sua mãe? - mudou de assunto. - poxa, que sacanagem viu.

Eu: ah, ela vai ficar bem. - suspirei. - tô cansada viu.

Nanda: vamo comer um sanduba aqui no Joca. - sugeriu. - e tomar uma pra relaxar.

Eu: tô precisando. - concordei. - só vou tomar um banho e já chego aí.

Desliguei o celular e fiquei mais uns minutos deitada, olhando pro teto.

Eu nem tinha forças para pensar. Era tanta atribulação que tava quase pifando.

Me levantei e fui tomar meu banho.

[..]

Fui andando mesmo pra lanchonete.

Assim que cheguei lá, tava lotado.

KN, índio e uns outros meninos bebendo.

E na mesa um pouco distante tava Nanda, olhando o cardápio e pegando o celular.

O meu começou a vibrar e eu neguei rindo fraco.

Me aproximei e a mesma se assustou.

Nanda: caraca, que demora. - fez careta. - já tava querendo fugir daqui. Tu viu o tanto de bofe ali? Credo.

Eu: e eu que tive que passar ali? - fiz careta, me sentando na cadeira. - já pediu alguma coisa? - ela negou. - aí Joca, trás a mais gelada, por favor.

Joca: pra já, Larinha. - concordei.

Nanda: e aí? Cê tá numa cara de cansada em. - me analisou.

Eu: acordei no meio do tumulto. - ri fraco. - cheguei aquela hora que você ligou.

Nanda: o morro tava comentando. - fez careta. - povo fofoqueiro da porra. - negou.

Eu: ah, isso ainda vai render muito. - dei de ombros, olhando pra mesa dos meninos e cravando os olhos no KN.

Chega senti meu estômago revirando quando nossos olhares se bateram.

Ergui a sobrancelha, e o mesmo continuava me olhando todo cheio de marra. Neguei e desviei o olhar. Sai pra lá, caminho da perdição.

Logo Joca apareceu com a cerveja e dois copos.

Serviu a primeira e saiu dali, deixando a gente tomando a geladinha.

Nanda: essa representou. - disse animada.

Eu: demais. - beberiquei.

Fizemos nossos pedidos dos sanduíches e ficamos ali fofocando.

Sabe quando você sente seu corpo esquentando? Respirei fundo, tentando manter a seriedade.

Toda vez que eu tomava cerveja, aparecia um fogo do inferno.

Índio: e aí, Nandinha. - disse alisando o cabelo da mesma, que fez careta.

Nanda: não começa com tuas graça. - falou encarando índio e eu ri.

Índio: e a mãe? - concordei.

Eu: ficou no apê. - ele concordou. - disse que vai ficar bem.

Índio: o pai saiu cedo. - falou sério. - até agora, nem notícia. - ergui a sobrancelha. - saiu soltando fogo pela fuça.

Eu: complicado. - neguei, respirando fundo e sentindo um perfume que eu reconheceria de longe.

O mesmo se aproximava, com um baseado no meio dos dedos e um copo de cerveja.

Os olhos baixos, mas ainda sim, um gostoso.

Ergui a sobrancelha quando vi ele parando na nossa mesa, índio fazendo careta pra ele e logo ele me olhando.

Eu: qual foi? Algum problema comigo? - falei me estressando. - da hora que cheguei aqui, oxi.

KN: ih, tá doidona? - riu, mostrando os dentes perfeitamente alinhados.

Eu: tô nada. - encarei ele.

Índio: tô doido pra te catar hoje. - sussurrou pra Nanda, que corou. Eu neguei rindo.

Nanda: o seu falar baixo é assim? - fechou a cara. - Lara escutou, seu fresco.

Índio: e tu tá prestando atenção na conversa porque? - me olhou e eu ri.

Eu: oxe, agora pronto. - resmunguei.

KN não parava de me encarar, e já tava incomodando a beça.

Eu: vou furar teu olho. - apontei pro mesmo, ameaçando.

KN: sempre agressiva. - negou. - que tal a gente ficar de love hoje pô?

Eu: oi? - olhei pro mesmo, desconfiada.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora