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Lara.

Tava rolando um pagodin maneiro no Joca.

Coisa fina, churrasquin e sonzinho.

Comemorando o que? Quero nem saber, quero é comer.

Eu: que cara é essa? - ergui a sobrancelha e olhei ela e Carla.

Carla: ah menina, desde o dia que terminou com índio, tá desse jeito. - olhei pra mesma, confusa.

Eu: terminou? - fiz careta. Ela não me contou nada. - agora tá assim? De segredinho.

Nanda: segredinho coisa nenhuma. - respondeu, e olhou pra Carla. - linguaruda, nem era pra você tá sabendo dos bagulho.

Carla: uai Fernanda. - resmungou e eu neguei.

Nanda: meu ovo, rapa. Cuida da tua vida. - apontou pra Carla. - fica se intrometendo onde não é chamada.

Eu: o que tá acontecendo? - falei sem entender nada. - não precisa se estranhar, mano.

Carla ficou calada, e Nanda parecia uma sucuri preparada pra atacar.

Eu hein. Que loucura.

Adentrei no barzinho e fui pedir a cerveja, uma porção e os copos.

Joca: quanto tempo, minha filha. - se aproximou, o senhorzinho.

Eu: tava me resguardando, seu Joca. Tava precisando. - eu ri.

Trocamos uma conversinha fiada e logo eu voltei pra mesa.

Ingrid: nossa, é mais fácil vê polícia do que vê você. - apareceu do meu lado e eu sorri.

Eu: aquela garota tava lá. - ela me olhou. - eu não ia na casa da senhora pra lutar né?

Ingrid: graças a Deus já voltou de onde nunca deveria ter saído. - ergui a sobrancelha. - KN foi lá em casa e resolveu os b.o, menina. Parecia um encosto.

Eu: logo a senhora que não aceitava qualquer uma lá. - eu ri, vendo a garota que trabalhava no bar se aproximar com meu pedido.

Ingrid: vai veno pô. - negou, olhando o celular. - sabe da piranha da tua mãe?

Eu: tava em casa. - dei de ombros. - deve tá amando com o coroa.

Ingrid: Deus é mais. - fez o sinal da cruz. - chupou limão, Nanda? - brincou.

Nanda: antes fosse, tia. - suspirou.

Eu: paz e amor. - mudei de assunto.

[..]

Eu já tava bem animadinha. Nem tinha bebido tanto assim, mas já tava no grauzinho maneiro.

Vi índio se aproximando, e fiquei calada, só observando o temporal.

Índio: fala tu, minha querida. - beijou o topo da minha cabeça, fazendo Fernanda fechar a cara. - e aí... - cumprimentou as duas.

Nanda fingiu que não ouviu e Carla só assentiu com a cabeça.

Eu: mó loucura. - murmurei. - viu KN?

Índio: tô sabendo nem de mim, minha parceira. - neguei, fazendo careta.

Eu: pois trate de saber... coisa feia. - resmunguei.

Índio: mó lindo, tu tá ligada. - mandei dedo.

Aquele clima pesado chega deixava a gente desanimado. Gostava dessas coisas não.

Por isso eu falo, pra se envolver com alguém de grupinho, tem que ser peito mermo.

Querendo ou não, eles iam ter contato pô, era meu irmão..

Peguei meu celular e fui até o banheiro, disquei o número de KN, chamou umas 3 vezes e logo atendeu.

Xxx: Alô? - era uma mulher. Ergui a sobrancelha, olhando o visor pra ver se nao tinha ligado errado.

Eu: KN? - falei tentando manter a calma.

Xxx: Ah, ele deu uma saidinha e deixou o celular... - respirei fundo. - quer deixar recado?

Eu: quero... quero sim! Fala pra esse filho do cabrunco nem aparecer na minha frente.

Xxx: mas... - ela tentou se explicar.

Eu: FAÇA BOM PROVEITO. - falei alterada.

Eu era uma idiota mesmo, como pode minha gente. COMO PODE!

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora