54.

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Lara.

Tu entendeu? Pois é, eu entendi, mas ainda tava em estado de assimilação.

Fernanda falava mais eu mal entendia, aquilo não saia da minha cabeça.

"Quero bagulho sério contigo."

Gente, que isso? Um filme?

Minha mãe vem falar comigo sobre dar chances e ele vem com essa conversa? Seria um sinal do destino?

Nanda: tá viajando aí. - resmungou, me fazendo olhar pra ela. - ahhh, lembrou de mim.

Eu: tava pensando. - dei de ombros e ela concordou. - sério, minha mente tá meio atribulada.

Nanda: sei, e a atribulação se chama KN. - concordei sem perceber e ela riu, negando.

Eu: pode parando. - fiz careta.

Nanda: da logo a chance. - disse despreocupada.

Eu: é difícil. - ela me olhou, erguendo uma sobrancelha.

Nanda: ah claro, difícil porque mesmo? Porque tem um homem daquele no teu rastro? - suspirei. - Ata, tá perdendo tempo demais, Lara.

Eu: aí, me deixa em. - fechei a cara e fui da um mergulho.

Quando voltei pra superfície vi Índio e KN zoando de algo enquanto saiam da água. Logo vi umas garotas se aproximando.

Nanda: ih pronto. - ficou só olhando. - se tocar no que é meu, tem confusão.

Vi uma garota ruivinha conversando com KN, fechei os olhos e respirei fundo. Que isso pô, dá não.

Abri os olhos novamente e ela entregava o celular pra ele, que digitava algo e logo devolveu pra ela, que sorriu toda faceira pro lado dele. Ê laia.

Neguei e continuei no meu canto.

Nanda: me espera aí. - disse vendo a cena.

A mesma saiu da praia e foi em direção do índio, assim que ele viu ela, murchou na hora.

Ela falava algo, e apontava pra mim, me afundei na água deixando só o topo da cabeça pra fora.

Logo as meninas saíram voadas e eu ri fraco, negando.

Certo. Quer um bagulho sério comigo, mas fica de conversinha com outra, não entendendo.

[..]

Eu: cansei. - resmunguei, adentrando no carro. - pode ir na frente, índio.

Índio: oi? - me olhou. - você tá bem? você nunca deixa ir na frente.

Eu: aí, palhacinho. - falei debochada e senti o olhar do KN em mim. - tô falando sério, tô cansada... E minha cabeça tá querendo doer.

Índio: tô me sentindo patroa. - fez voz de viado e eu neguei, rindo fraco.

Nanda: quase uma barbie. - riu.

KN ficou calado. Mal conversava. Só me olhava pelo retrovisor, o que já estava me incomodando.

Chegamos na favela, índio ficou na casa da Nanda.

Eu: tá me levando aonde? - ergui a sobrancelha.

KN: bora conversar direito. - falou rouco, e eu suspirei. - ou tu acha que aquela conversinha na praia resolveu tudo?

Eu: não, uai. - falei baixo.

O silêncio reinou, até chegarmos em uma casa totalmente desconhecida por mim.

Ergui a sobrancelha tentando me lembrar dali, mas em vão.

Os muros junto com o portão eram enormes, ele apertou o controle que logo abriu a garagem e adentrou com o carro.

Eu: de quem é essa casa? - perguntei, assim que ele desligou.

KN: minha. - concordei, ficando calada. - vem.

Ele me puxou pela mão, e fomos adentrando na casa.

Era linda. Toda no porcelanato, os móveis em perfeito estado. Parecia uma casa de boneca.

Subimos as escadas, dando acesso ao corredor. Tinha umas 5 portas ali.

Ele me puxou pra última porta, abrindo a mesma, dando a visão do quarto branco com uma parede preta.

Eu: posso pelo menos tomar um banho primeiro? - ele concordou e apontou pra porta.

KN: tem toalha dentro do armário. - assenti e adentrei no banheiro.

Meu coração parecia que ia parar. O nervosismo já estava visível.

Eu nunca imaginei que teríamos aquela conversa ali, neste instante.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora