41.

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Vargas.

Tô aqui na humildade mermo, dando a cara a tapa e falando que errei pô, assumo meu erro, sou é homem e não moleque.

Tô ligado que toda ação tem uma reação.

Óbvio que eu não esperava menos da Ágata, e com toda a razão. Foi otário mermo, fui pela cabeça dos outros.

Tá maluco irmão. Só eu sei o que já sofri pra ter essa mulher, e agora tô dando altos grave pra perder a dona. Isso que não pode.

Encarei ela que estava do outro lado do camarote. Eu já tava era doido de não conseguir trocar um papo com ela.

Maldita hora que fui vacilar.

Passei a mão no cavanhaque, vendo Tody rindo. Fechei a cara e neguei.

Tody: vai logo lá, rapa. - falou, e eu encarei ele. - qual foi? Tu tá achando que ela vai correr atrás de tu? Até parece que não conhece a mulher que tinha.

Eu: conheço pô, e é por isso que eu sei que ela não vai perdoar. - falei puto.

Tody: hora ou outra vocês vão ter que colocar os pontos onde tá faltando. - disse despreocupado.

Eu: tô ligado. - suspirei. - é foda pô.

Tody: eu ainda avisei pô, foi pela cabeça de quem não presta, é isso AE que recebe. - falou despreocupado.

Eu: vai filho da puta, vai brincando mermo. - falei sério e o mesmo riu.

O cara era um cuzao mermo.

Neguei e me afastei dele.

Tody: adianta se afastar não. - apareceu de novo.

Eu: irmão, vai atrás da tua mulher vai. - empurrei ele.

Tody: tô afim não. - fez careta. - tu já viu aquilo ali? - apontou pra onde eles tavam. - vão achar que eu sai do caps.

Eu: deixa a purpurina pegar tu falando esses bagulho aí. - neguei, dando um gole na minha bebida.

Na moral mermo, o baile tava miado pra mim.

Já tava de saco cheio daquela porra toda, só não acabo com aquilo, porque o pessoal tava curtindo.

[..]

Eu: ae índio, chega aqui, na moral mermo. - chamei ele, que conversava com a mãe.

Ele me olhou desconfiado, mas veio, enquanto Ágata me olhava.

Índio: que foi, pai? - me olhou. - ih, tu tá bem?

Eu: tô reanqui mermo. - respondi. - tô vazando, tá ligado... fica de olho aí, na moral mermo.

Índio: quer que eu te leve? - falou preocupado e eu neguei.

Eu: não pô, tô suave. Pode curtir aí. Tô indo nessa. - fiz o toque com ele. - juízo aí, e fica de olho na tua irmã.

O mesmo concordou e eu vazei dali.

Tava exausto, sentindo uma dor no corpo, bagulho mó estranho.

Fui até meu carro e adentrei no mesmo, dando partida e logo vi Ágata saindo da quadra.

Ergui a sobrancelha, observando a cena.

Ela parecia procurar por algo, e assim que me viu, veio em direção.

Grilei né, a mulher queria nem saber de mim, e do nada veio atrás? Ah, boto fé que quer me dá uns tapa.

A mesma bateu no vidro, encarei ela e ela cruzou os braços, brava.

Abaixei o vidro do carro e ela enfiou a cabeça dentro do carro.

Eu: tá doida? Tem ninguém aqui não. - vi ela averiguando o carro.

Ágata: não falei nada. - deu de ombros. - tá indo embora cedo porque?

Eu: tá preocupado com seu amor? - sorri de lado.

Ágata: aí Renan, menos viu. - bufou e eu ri.

Eu: tô bem não pô. - ela me olhou desconfiada. - ir pra goma é a melhor saída, a não ser que você queira ir comigo pra outro lugar. - falei com malícia e a mesma revirou os olhos.

Ágata: larga de palhaçada, cara. - falou seria. - o que você tem?

Eu: deve ser um resfriado pô, nada demais. - ela olhou desconfiada. - ideia mermo.

Ágata: vai devagar. - murmurou. - qualquer coisa me liga.

Eu: acho melhor ir junto. - sugeri e a mesma negou, rindo.

Ágata: boa noite, Vargas. - ela falou, se levantando e mandando tchau. - se cuida.

Ela não deu tempo nem pra eu responder e saiu dali.

Tu entendeu alguma coisa? Pois é, nem eu.

Uma coisa que eu não podia negar, é que eu sentia saudade. Machucava no peito mermo, parecia uma facada incurável.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora