84.

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Lara.

O dia de pegar a praia chegou. E eu tava péssima, numa preguiça.

Nanda: vamos logo, Lara. - gritou do carro.

Eu: pode ir. - ri fraco.

Nanda: SE EU TIVER QUE DESCER, TE PUXO PELOS CABELOS. - gritou.

A melhor coisa que eu fiz, foi ensinar essa mala a dirigir, assim eu não me estressava no trânsito. Mas com essa louca no volante, eu ficava a ponto de ter um infarto.

Eu: aí Fernanda. - reclamei, indo até o carro.

Nanda: amiga, a gente vai pegar lancha.. burguesinhas! - riu.

Índio: já tá levando minha irmã pra esses quengueiro. - falou sério.

Nanda: bora junto, bebê. - sorriu, debochada.

Índio: não presta mermo. - negou, dando um trago no baseado.

Nanda: vai ficar me tratando assim até quando? - falou seria.

Eu: deixa pra lavar roupa depois. - bufei.

Eles se olharam e índio saiu negando. Nanda riu fraco e deu partida.

A garota gosta do macho e fica nessas, entendo não.

[..]

Eu: sério que você não sabia? - falei desconfiada.

Nanda; até parece que eu ia te arrastar, né? Sabendo das coisas. - falou seria. - quem convidou esses? - comentou com o bofe que ela tava ficando.

Diogo: ele é chegado do Guga. - Nanda negou. - ih pô, tem problema?

Nanda: tem. - falou na lata e eu ri fraco.

Eu: posso ir embora. - sugeri. - ainda nem saímos.

Nanda: pode ir parando. - fez careta. - vai ficar aqui comigo.

Fiquei calada. Tava nem afim de bater cabeça.

KN ainda não tinha me visto, e eu já sabia que se ele me visse, ia virar um clima muito estranho.

Mas eu também não podia deixar de viver né? Ele já fez a escolha dele.

O garoto que Nanda queria me apresentar, se chamava Caio... filho de advogado, aquelas coisas toda.

Eu: e eles sabem que você mora na favela? - murmurei, e ela riu.

Nanda: lógico né, amiga. - falou óbvia. - eles que vão atrás procurando. - neguei.

Eu: falando assim, até parece do job. - fiz careta.

Nanda: misericórdia. - gargalhou. - quem sabe.

Eu: filha, não escuta essa desnaturada. - falei com minha barriga.

O tal Caio chegou e me entregou um copo com suco, agradeci e senti olhares em nossa direção.

Caio: conhece? - concordei. - bicho é chato a beça. - negou e eu olhei pro mesmo.

Eu: ué, porque? - falei curiosa.

Caio: troca muito papo não.. já tive uns conflito com ele. - ergui a sobrancelha, mas neguei. - conhece ele de onde?

Eu: mora na mesma comunidade que eu. - o mesmo me olhou curioso, e eu concordei.

Caio: ihhh. - falou meio desconfiado.

Eu: relaxa, pega nada não. - ri sem graça.

Caio: pô, assim espero. - passou a mão na nuca.

Ele até que era bonito, mas ali, nada se comparava com aquele inútil do KN.

Suspirei negando, e adentramos na lancha.

Escolhi um cantinho mais afastado e fiquei ali, curtindo a brisa.

Tinha bastante tempo que eu não curtia essas vibes.

Caio se afastou, indo buscar cerveja e eu fiquei sozinha.

KN: o pau no cu resolveu te deixar sozinha. - sua voz ecoou atrás de mim.

Eu: se eu soubesse, nem tinha deixado ele sair. - falei, sem olhar pra trás.

KN: pô Larinha... - olhei pro mesmo, seria. - tu nem deixou eu explicar... - interrompi o mesmo.

Eu: não começa. - neguei, dando um gole no meu suco. - não quero explicação.

KN: tem certeza? - me olhou, e eu revirei os olhos. - para de ser tão cabeça dura.

Eu: não enche, cara. - desviei o olhar, sentindo meu coração batendo mais forte com a presença dele.

Nanda: já veio atormentar o juízo da minha amiga? - apareceu do nada.

KN: e você veio atrapalhar. - fez careta e Nanda mandou dedo.

Status.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora