7.

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Lara.

Anoiteceu que eu nem vi. Me despedi de Fernanda, e fiz o mesmo trajeto para casa.

Assim que atravessei a viela, senti alguém me puxando. Já ia meter um socão quando vi quem era. Respirei aliviada.

Eu: tá louco? - fiz careta.

KN: quer deixar todo mundo doido mermo né? - disse me prendendo na parede.

Eu: o que foi? - ergui a sobrancelha.

KN: mó tempão fora pô, saiu doida, deixou ninguém falar. - falou óbvio e eu revirei os olhos. - teu pai já tava querendo juntar a tropa e ir na pista.

Eu: besteira. - dei de ombros.

KN: fala isso não, Lara. - me olhou. - tô ligado que o sistema é tenso, mas eles te amam. Ser filho de traficante procurado requer cuidados. Ninguém se intromete na sua vida querendo o seu mal. - fechei os olhos, sentindo sua respiração próxima a minha, seu cheiro invadindo minhas narinas. Pqp!!

Enquanto ele falava, eu realmente viajava e pensava mil e uma coisa.

Que loucura.

Não sei o que deu em mim, só sei que nossos lábios estavam colados.

Meu coração parecia uma escola de samba, meu estômago tinha milhões de borboletas.

Senti o mesmo colocando suas mãos na minha cintura, apertando a mesma e me tirando um suspiro.

Ele estava tão surpreso quanto eu. Mas mesmo assim, não se afastou. Sua língua pediu permissão para iniciar o beijo.

Já era meio caminho andado.

Óbvio que a permissão foi concedido.

E pra falar a verdade? Eu nunca havia beijado alguém que beijasse tão bem.

Minha mente passava um filme. Minhas pernas bambas (ainda bem que ele tava me segurando pela cintura).

O beijo era incrível. Gostinho de menta. Se encaixava perfeitamente. Nossas línguas em perfeita sintonia. Maluquice.

Parece que ele almejava por esse momento.

Não deu mole, aproveitou cada segundo. Me tirava suspiros, calafrios. Misericórdia.

O beijo durou mais do que eu estava acostumada. Pra ser sincera? Foi o BEIJO!

Paramos com vários selinhos, coisa de outro mundo.

Ali estava meio escuro, se não fosse pelo poste de luz, não daria pra ver nada. Mas a luz batia bem na cabeça dele, dando uma visão do seu rosto confuso.

Eu: não fala nada. - murmurei e ele riu fraco.

KN: vem, vou te acompanhar. - me puxou pela mão.

Ergui a sobrancelha, mas não falei nada, apenas deixei ele me guiar.

[..]

Eu: você não vai me deixar lá dentro né? - falei parando e puxando ele, que me olhou.

KN: tenho que falar que te achei. - falou óbvio e eu neguei.

Eu: tá doido? - segurei o riso. - tá, vamos logo.

Ele me olhou desconfiado, mas soltou minha mão e adentrou logo atrás de mim.

Ágata: meu Deus, cara. Não faz mais isso. - veio me abraçando. - aonde você tava, menina?

Eu: andando pelo morro. - falei sentindo ela me sufocar no abraço.

Vargas: aonde tu achou ela? - perguntou sério.

KN: na 22. - meu pai concordou. - vou indo nessa, se pá chama no radin.

Vargas: valeu aí, KN. - fizeram um toque.

KN: tchau tia. Se cuida, maluca. - bagunçou meu cabelo.

Nem respondi. Já senti os olhares em mim, e nem dei confiança.

Eu: vou subir. - falei me soltando da minha mãe.

Ágata: não tá com fome? - neguei. - então tá.

Vargas: depois quero trocar um lero contigo. - disse pegando um cigarro no bolso.

Eu: conversar o que, pai? - olhei pra ele, que negou.

Vargas: relaxa, na melhor nós troca esse lero. - olhei pra ele, e minha mãe fez sinal pra eu subir.

Nem falei nada, só fui pro meu quarto. O dia foi exaustivo.

Me joguei na cama, e logo me lembrei da cena do beijo com KN.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora