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Lara.

4 meses depois...

Eric: como está se sentindo? - me olhou, enquanto pedíamos nosso lanche.

Eu: exausta. - suspirei. - muito enjoou. Já não era pra ter passado? Nossa senhora.

Eric: você não acha que tá na hora de contar? - suspirei, tampando meu rosto com as mãos. - são seus pais, Lara. Eu tô escondendo uma coisa da minha melhor amiga.

Eu: calma... eu vou contar! - resmunguei, e ele concordou. - eu só não queria que ele ficasse sabendo.

Eric: minha querida... - ele riu, negando. - tá aí uma coisa que não vai poder falar que é meu. - encarei ele e gargalhei. - sou mais mulher que você.

Yuri: Oi, pessoas. - apareceu atrás do Eric e eu acenei com a cabeça. - demorei muito? - neguei. - pelo visto a conversa é seria.

Eu: normal. - forcei um sorriso.

Yuri era o garoto do avião.. apesar de enjoado, é uma pessoa super prestativa.

Não estávamos sério, vez ou outra rolava uns beijinhos, mas eu nunca quis chegar nos finalmentes. Virei quem eu mais temia, a pessoa que demora tempos para aceitar um término.

E agora era pior ainda, esperando um filho.

Quando eu descobri essa gestação, eu surtei assim que chegamos na casa na qual ficaríamos. Surtei mesmo, quis tirar, quis me matar... Foi surreal o sentimento!

Mas com o tempo, tudo foi se adaptando.

Logo nossos pedidos chegaram. Na TV que havia ali fora, passava várias notícias.

"Pelo visto a criminalidade do Rio de Janeiro não parou... Antes o local que era atormentado por Vargas (foragido), agora tem uma nova figura para dá continuidade... KN vem dando trabalho para os PMs!!!"

Arregalei os olhos ao ver a foto do infame.

Eric ergueu as sobrancelhas e pôs a mão na boca. Yuri olhava com desdém, mal ele sabia.

Meu estômago começou a revirar, minha cabeça começou a doer.

Respirei fundo, fechando os olhos.

Yuri: você está bem? Tá pálida... - disse pegando no meu ombro.

Eu: estou bem. - concordei. - só preciso ir ao banheiro.

Ele me olhou preocupado e eu fui correndo pro banheiro.

Como assim, dando trabalho para os PMs?

Então ele resolveu entrar de vez no crime?

Meu pai amado.

Me olhei no espelho, respirando fundo e negando.

Olha eu aqui, me preocupando com uma pessoa na qual me apunhalou na primeira oportunidade.

[..]

Eu: preciso falar com vocês... - minha mãe me olhava curiosa.

Vargas: tu engordou, eu sabia que não devia ter ido pra aí... - reclamou. - fica comendo só massa, mano do céu.

Ágata: escuta ela, homem. - deu um tapinha leve no meu pai, que resmungou.

Eu: estou grávida. - falei rápido e a ligação ficou muda.

Minha mãe tinha os olhos arregalados, e meu pai parecia ter visto fantasma. Logo o homem caiu no chão, fazendo eu gritar.

Eu: MEU DEUS DO CEU. - falei assustada. - MÃE, TÁ TUDO BEM? - gritei, colocando a mão na boca. - PAIII.

Ágata: Lara, você está brincando? - disse tentando levantar meu pai. - porra Renan, levanta, acorda... - disse sacudindo meu pai. - que bandido é esse, Deus do céu? - disse reclamando.

Eu: tô falando sério. - minha mãe suspirou, me olhando. - tô de 6 meses. - minha mãe me olhou seria. - desculpa.

Ágata: você demorou 6 meses pra contar pra gente? - falou assimilando e eu neguei.

Eu: não mãe, pelo amor de Deus... - me defendi. - eu descobri no dia da viagem.

Ágata: CADÊ ERIC? ELE SABIA? - falou indignada. - VIADO SAFADO.

Eu: mãe... - ela negou, fazendo um gesto.

Ágata: vou acudir teu pai, depois a gente se fala... - concordei, e a mesma desligou a ligação.

Suspirei me sentindo culpada. Ela tinha ficado chateada. Mas eu não tinha culpa, eu estava tentando assimilar e aceitar essa criança.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora