39.

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Nanda.

Minha vida nunca foi das melhores, mas também não vou ficar reclamando. Até hoje, graças a Deus, tenho saúde.

Meus pais são tudo usuários de droga. Ou pelo menos era. Minha mãe era dependente química, quando me teve, morreu no parto.

Meu pai, nem sei se tá vivo.

E também pouco me interessa.

Graças a minha vó, estou viva, com saúde.

Inês; vai pro baile? - apareceu, secando as mãos.

Eu: tô pensando, vó. - me espreguicei.

Inês: vai logo, menina. - olhei pra ela. - aquele menino tava atrás de ti.

Eu: quem? - fiz careta.

Inês: o filho do chefe. - neguei. - vocês estão namorando?

Eu: Deus me livre, vó. - neguei rindo.

Inês: ele parece ser uma boa pessoa. - falou pensativa e eu fiquei calada. - a menina também.

Eu: tenho amizade com ela. - sorri de lado.

Inês: que bom, minha filha. - falou animada. - vá se arrumar e vai pra festa. Tá nova, tem que curtir.

Ri fraco e concordei.

[..]

Eu: amiga, você tem que parar de ser assim.  - comentei e Lara me olhou. - o bofe tá te querendo e você fica dificultando.

Lara: conheço aquele indivíduo. - fechou a cara e eu neguei.

Eu: quando você ver ele com outra, não surta. - avisei e ela me encarou. - não tô defendendo ele, mas ele tá tentando manter a paz entre vocês, e tu nessa aí.

Lara: que isso, Fernanda? - me olhou chocada. - eu hein.

Eu: vai ver ele vivendo e não vai gostar. - ri, dando de ombros e bebericando meu uísque.

A mesma ficou seria e calada, olhando em direção que KN tava.

O mesmo conversava com uma garota, que ria a beça.

Tudo que ele falava, ela dava risada.

A feição de Lara mudou na hora.

Eu: avisei né. - olhei pra mesma que bufou.

Lara: aí que saco. - bateu o pé, estressada.

Ri fraco e continuei me mexendo ao ritmo da música que tocava.

[..]

Índio: e aí, neguinha. - chegou me puxando pela cintura.

Eu: o que você quer, Índio? - resmunguei.

Índio: você memo pô. - riu fraco.

O seu cheiro exalava perfume misturado com maconha. Ele cheirava meu pescoço, me fazendo arrepiar.

Eu: o que você quer perguntando de mim pra minha vó? - encarei ele.

Índio: ah, ela já te contou? - riu. - tava conhecendo minha sogra pô.

Eu: não gosto disso. - me afastei dele. - já te falei que a gente não tem nada. E você fica colocando minhoca na cachola dela. - fiz careta.

Índio: só na tua cabecinha que a gente não tem nada. - falou despreocupado.

Eu: tu brinca demais, índio. - resmunguei e ele me deu um selinho. - palhaço.

Índio: teu palhaço, minha gata. - riu e eu neguei.

Eu: tu já tá bêbado, infeliz? - ele me olhou, pensativo. - vem cá, quem é a garota que KN tanto conversa?

Índio: - o mesmo olhou pra direção de KN. - ih rapaz... Sei quem é não. - coçou a cabeça. - pelo visto ele cansou de se humilhar pra Lara.

Eu: só fala merda. - bufei. - quando ele ver ela com outro, fica doido.

Índio: Deus é mais... Fala nem um trem desse. - riu, dando um gole na bebida.

Procurei Lara com os olhos e achei a mesma conversando com Ruí. Levantei as sobrancelha, e logo vi um pequeno tumulto se formando na entrada do camarote.

Vi tia Ágata, Eric, Ingrid e Tody subindo o camarote.

Vargas quando viu ela, falou desmaiar. Ri fraco.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora