KN.
O bagulho ia ser mais difícil do que eu imaginava, irmão.
Fui dormir muito puto. Puto e de pau duro.
Mina do caralho.
Acordei e olhei pro lado e não tinha nem uma alma viva. Bicha maluca.
Vesti uma bermuda, escovei os dentes e lavei o rosto... Fui até a cozinha e só vi minha mãe cortando os tomates, e meu pai na área de churrasco.
Eu: viu ninguém aqui não? - minha mãe me olhou desconfiada. - ihhh, que foi?
Didi: já falei pra tu né, Kauan. - falou brava.
Eu: então não viu? - ela bufou, negando. - trouxe ninguém não, minha gata.
Didi: como se eu acreditasse em você né? - falou debochada. - vai lá ver se teu pai vai querer os pães agora.
Ri fraco e concordei, indo até o coroa.
Tody: oxi, achei que a donzela não ia acordar nunca. - brincou.
Eu: engoliu um palhaço foi? - ele riu. - a mãe tá perguntando se vai querer os pães.
Tody: tem cérebro pra enfeite. - ergui a sobrancelha. - porque já não veio com eles?
Eu: ah pai, co foi.. - passei a mão na cabeça.
Tody: tá avoado do juízo. - negou e eu ri.
Eu: pra caramba. - bufei, indo na cozinha.
Peguei os pães e outras coisas que ele pediu, deixei lá e subi pro meu quarto.
Mil e um pensamento. Peguei meu celular e nenhuma mensagem.
Ela sabia levar a sério o bagulho de apenas uma curtição, mas tá maluco, sou assim não.
[..]
Lara: já tá sentindo minha falta? - sua voz animada ecoou pela ligação.
Eu: pô, mó falta de consideração viu? Sai e não dá um beijinho. - ela riu.
Lara: pelo amor de Deus, Kauan. - resmungou. - o que você tá querendo?
Eu: você. - a ligação ficou muda e ela tossiu. - para de se fazer, cara. Eu tô ligado que tu quer. Eu também quero.
Lara: não é assim que funciona. - resmungou. - você é um cafajeste, Kauan. Nunca que isso vai dá certo.
Eu: nem você acredita nessas tuas palavras. - ela gargalhou. - posso te ver?
Lara: não tô em casa, bofe. - falou rápido. - preciso desligar, beijo lindo.
A maldita nem esperou e já desligou. Fiquei uns segundos encarando a tela do celular e respirei fundo.
Que porra, mané.
[..]
Índio: que cara é essa? - chegou animado.
Eu: pelo visto comeu buceta. - falei sério.
Índio: tu num tá entendendo não, meu parceiro. - suspirou, e eu neguei.
Eu: quem foi a vítima? - ele me olhou, pensativo.
Índio: a vítima foi eu mermo, KN. - encarei ele e ri. - tomei um chá do caralho, tô desorientado até agora.
Eu: porra é essa, índio? - encarei ele, e não aguentei, soltei uma gargalhada.
Índio: aquela amiga da Lara. - falou olhando pro nada. - feiticeira pô, uma sentada eu quase fui de arrasta.
Eu: pelo menos alguém teve sorte. - falei lembrando da maldita falando que tava com dor.
Índio: esse mal humor vai te matar. - comentou.
Eu: mais fácil uma demônia me matar pô, tem cabimento não. - passei a mão no rosto.
Índio: Nam KN, deixa de ser pôdi. - negou. - vou pegar uma cerveja pá nois... Quero animação.
Eu: agora que cê tá comendo buceta, tá liberando sua irmã pra mim? - o mesmo me olhou cheio de ódio, neguei rindo.
Índio: não mexe com meu juízo não, viado. - saiu dali pisando fundo.
Gargalhei e fiquei olhando o pessoal curtindo. Era maneiro como qualquer dia era motivo de curtir. Se tu acordou respirando, era motivo de comemorar. Bacana demais.
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𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈. - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜
FanfictionJá não sei quantas vezes arrumou as malas Amamos e brigamos mil vezes ao dia Nem lembro quantas vezes procurei palavras Pra te mostrar aonde nós dois juntos chegaria Não sabe como eu corro pra cuidar de tu Mas é verdade, eu não cuido nem de mim, eu...