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Lara.

Não era fácil, e não foi fácil...

Foi como se tivessem tirado uma parte de mim.

Eu não comia, só bebia água. Minha mãe já estava ficando doidinha do juízo.

Meu maior pesadelo foi quando eu vi ele ali na minha frente. Com cara de assustado. Procurando por algo que já não havia ali.

Meu coração acelerou, minha respiração parecia ter sido arrancada. Eu não conseguia falar.

E quando finalmente consegui falar... Tudo desmoronou novamente.

Ele não falou nada, mas como eu estava agarrada nele, dava pra ouvir os batimentos dele, que por sinal, estava super acelerado. O corpo tenso, as mãos tremendo.

KN: como foi isso, Lara? - sussurrou. - caraca meu. - a voz saiu trêmula.

Eu: houve uma tentativa de sequestro... - suspirei, levantando o olhar. - tentaram me pegar, mas índio conseguiu despistar.. mas acho que na hora do desespero, não deu muito certo. Quando cheguei em casa tive sangramento, muita dor de cabeça. Tentaram de tudo, mas não havia mais batimentos. - limpei a lágrima que rolou.

O mesmo deu um murro na parede, fazendo com que eu me assustasse, e ficou um tempo de cabeça baixa.

Respirei fundo e me aproximei dele, tocando em seu ombro e o mesmo me puxou pra um abraço.

Aí foi que o clima choveu mesmo... Eu chorando de um lado, e ele do outro.

Era algo que não foi planejado, mas depois que acostumamos com a ideia, foi mais do que queríamos.

E uma notícia dessa, faz qualquer pai e mãe desmoronar.

[..]

Sai do banheiro enrolada no roupão, com uma toalha na cabeça.

Chorar fez bem, eu me sentia menos culpada.

KN tava deitado na cama, com os olhos fechados.

Surreal como só assim para que ficassemos juntos sem tentar nos matar, ou sem soltar uma piadinha.

KN: tá babando demais. - falou ainda com os olhos fechados, ergui a sobrancelha.

Eu: que isso cara, até com os olhos fechados. - fiz careta e ele abriu um dos olhos. - fingindo que tá dormindo.

KN: tô pensando pô. - concordei, suspirando e sentando na ponta da cama. - qual foi? Tá bem? Quer fazer algo? - se sentou na cama.

Eu: como você está em relação a isso? - olhei pra ele, e logo olhei pra parede.

KN: pô Lara... - passou a mão no rosto. - tô destruído pá caralho, mas a gente ficar assim num dá né pô? Bora viver o luto junto, eu tô contigo e tu tá comigo, já é?

Eu: e o outro lado? - falei me lembrando que a víbora pode estar grávida.

KN: pensa nisso não, Larinha. - pegou na minha mão. - tu mais que qualquer pessoa no mundo sabe o tanto que eu amo tu. Tô só esperando ela completar o bagulho das semanas pra poder fazer o DNA, jaé ? - encarei ele, mas concordei.

Ele sorriu de lado e me puxou pra um abraço.

Me aconcheguei e o ficamos um tempo em silêncio.

KN: bora comer algo. - sugeriu.

Eu: tô precisando. - ri fraco.

KN: tua mãe mandou o papo mermo. - resmunguei. - pode ficar sem comer não pô, faz mal.

Eu: tudo o que aconteceu foi uma bomba. - suspirei, e ele concordou.

KN: vai passar. - alisou meu cabelo, e sorriu. - vai se vestir, vou te esperar lá em baixo, preciso trocar um papo com teu coroa.

Só concordei e fui até meu guarda roupa, pegando minha lingerie e uma roupa.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora