77.

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Lara.

Eu: tá bom, não precisa falar mais nada... Já entendi. - puxei minha mão, soltando a dele.

Ele parecia ter levado um murro bem no meio da fuça, não tinha reação.

Estranho, mas se parar pra pensar, até que dava pra entender o lado.

KN: não fica bolada pô, eu tô na cama de um hospital.. - falou me olhando, passando as mãos no rosto. - eu tô digerindo o bagulho, tendeu? É difícil pra mim pô, tu some, fica 6 meses fora e volta com essa bomba.

Eu: não, calma aí.. - interrompi o mesmo. - você tá achando que não é seu?

KN: tá maluca, Larinha? - suspirei, ouvindo meu nome saindo da boca dele. - eu não tô falando isso. Eu tô falando que é uma notícia e tanto pô.

Encarei ele, negando.

Ele não falou, mas dava a entender isso.

Fiquei calada e logo senti a porta do quarto sendo aberta.

Tia Ingrid entrou no quarto e encarou nós dois.

Ingrid: nossa, chuparam limão? - fez careta, entregando algo pro KN.

Eu: tô indo embora. - falei séria. - talvez seu filho queira te dar alguma notícia, ou não... Já que está desconfiando de mim.

KN: Lara. - me chamou e eu neguei. - porra, irmão. - falou puto.

Nem esperei eles falar algo, sai dali voada.

Que sensação estranha. Será que eu fui insensível? Poderia ter esperado mais um pouco para contar né?

Que loucura.

Voltei pra casa na mesma pegada que cheguei aqui. Não quer acreditar, não acredita uai.

Nanda: e aí? - falou animada e eu fechei a cara. - valha minha nossa.

Eu: preciso começar a comprar as coisas. - mudei de assunto, pensativa. - não sei sexo, não tem nem um boryzinho. - ri fraco.

Ágata: Oi meninas. - falou animada. - estão fofocando sobre o que?

Eu: enxoval. - falei sorrindo.

Nanda: você não vai me contar nada? - sussurrou me cutucando.

Eu: não tem nada de importância. - dei de ombros. - tá tudo certo.

[..]

3 dias se passaram, minha mãe tava mais louca que eu.

Correria de um lado pro outro.

PM querendo invadir. Meu pai muito puto.

Índio: que inferno. - chegou bolado. - esses caralho tinha que morrer tudo. Porra. - passou a mão no rosto.

Eu: o que foi? - falei segurando meu pote de Nutella, encarando ele.

Índio: eles fazem um acordo, e depois volta atrás. Bando de pau no cu do caralho. - disse dando um tapa na mesa. - aí eu sou obrigado a escutar pagação de sapo do coroa. Bagulho é doido.

Eu: vai com calma. - ele me olhou. - sério, não fica doido não. Se for pra invadir, tu sabe que é guerra. - dei de ombros.

Índio: fácil fácil né. - ironizou.

Eu: fácil não, amor. - olhei pro mesmo. - é a lei, índio. Você sabe que eles querem invadir de qualquer jeito. Com ou sem dinheiro, eles vão ficar pegando no pé. Não é de hoje que é assim. - ele suspirou concordando. - vai falar com o pai, vai que ele tá na moral hoje.

Ele riu fraco e subiu pro quarto.

Nesses 3 dias, KN tentou entrar em contato. Bloqueei em tudo, queria nem papo.

Tia Ingrid falou que queria conversar comigo, mas na correria louca que tá essa favela, creio que nem tempo ela tava tendo.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora