48.

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Ágata.

Eu: nossa, que demora. - reclamei, vendo ele encostado no carro. - isso que era 19hr.

Vargas: e não é? - perguntou despreocupado e eu revirei os olhos. - deixa pra revirar os olhos quando eu tiver te chupando.

Eu: Vargas. - repreendi ele, que me olhou com a maior cara deslavada.

Neguei ficando calada, o mesmo abriu a porta do carro pra mim, fechou e deu meia volta pra adentrar.

Ele deu partida no carro e saiu dali cantando pneu.

Eu: pode ir mais devagar. - sugeri e ele concordou, diminuindo na velocidade. - pra onde a gente vai?

Na real? Eu tava puxando assunto porque eu tava me sentindo uma adolescente. Borboletas no estômago, um nervosismo. Meio assustada com o rumo que essa conversa vai levar. É babado.

Vargas: por mim te levava pra nossa casa. - sua voz rouca ecoou. - mas ainda não chegamos num acordo, então vamos em um restaurante.

Encarei ele e concordei.

Ia falar o que? Não tinha nada pra falar. Se bem, que um lugar movimentado não era bem o lugar certo para resolver esses assuntos. Mas tudo bem.

Logo chegamos no tal restaurante, ele estacionou e descemos do carro.

Ele ficou um minuto me encarando, sorriu de lado e me puxou pela cintura, fazendo nossos corpos se colar.

Meu coração parou e voltou quase que de imediato.

Eu: ei. - falei rindo fraco.

Vargas: mó saudade de tu, cara. - suspirou, cheirando meu cangote. - na moral, achei que ia infartar.

Eu: para de exageros. - tentei me soltar dele. - eu tô com fome. - choraminguei.

Vargas: tu veio só pra tirar o bucho da miséria? - se afastou um pouco, me olhando.

Eu: me respeita. - fiz careta e ele concordou.

Vargas: vai me falar que não sentiu saudade? - me encarou.

Nossos olhares se chocaram, me fazendo suspirar e sentir minhas pernas bambas. Ainda bem que ele tava me segurando, se não, eu estaria toda derretida.

Eu: aí Renan, vamos entrar logo. - bufei, pegando na mão dele e puxando.

Olhei de relance e o mesmo tava todo sorridente. Parecendo criança ganhando doce em horários que não pode.

[..]

Vargas: eu posso te provar que não fiz aquele bagulho porque eu quis. - encarei ele, dando um gole no vinho. - na moral mermo, tu acha que eu iria te trair?

Eu: olha... - falei pensativa e ele negou.

Vargas: tá me tirando mermo. - passou a mão no cavanhaque e eu ri fraco. - 20 anos com o pai, e ainda fica nessa.

Eu: tenho meus motivos. - me defendi e ele negou.

Vargas: para com isso pô, desde que a gente firmou nosso casamento, nunca me passou pela cabeça o adultério. - falou sério e eu concordei. - toma aí pô, escuta o bagulho todo.

Me entregou um gravador, coloquei no baixinho e pus na orelha.

De início quase que taco na fuça dele, mas o mesmo me olhou sério demais e eu continuei, escutando palavra por palavra.

A cada revelação meu coração parecia que ia saltar.

Assim que terminou a gravação, eu já me encontrava igual a um pinscher. Tremendo toda.

Eu: então você... - me calei, respirando fundo. - você não tem jeito cara. Pra que aceita as coisas dos outros? - encarei ele. - bandido de merda é essa.

Vargas: mais respeito com seu amor, por favor. - fingiu estar chateado.

Eu: respeito? - ele me olhou. - eu tenho vontade é de te dá um murro. Vivia falando pra não aceitar bebida dos outros, e na primeira oportunidade aceita. E olha aí a merda que você se meteu? Seu palhaço. - ele me encarou e deu uma risada. - eu não tô rindo, Renan. Tem noção de que eu nem queria saber de você? - o mesmo ficou sério. - nosso casamento não ia ter reconciliação. Que ódio de você. - fiz careta. - parece criança.

Vargas: chega de brigar comigo. - falou sério. - já entendi o bagulho.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora