10.

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Lara.

Eu: saio um pouquinho e as maluca cai matando. - falei brincando.

KN: com ciúmes, bebê? - encarei ele, negando. - se você não quer, tem quem queira.

Eu: ih, doido. - me sentei.

Ainda bem que a doida já tinha servido as comidas, tava morrendo de fome.

O restaurante tinha um clima bem agradável, era típico lugar de "casal", para encontros e essas coisinhas.

Comi tudinho, sem nem falar muito. Não curtia comer e ficar conversando, hora de comer era hora sagrada.

KN: e aí, gostou? - me olhou.

Eu: foi bom. - disse despreocupada e o mesmo concordou. - tirando a parte de que ninguém respeita a gente né? Porque se eu fosse sua namorada, o tanto que eu ia passar raiva, não é explicável. - resmunguei e ele me olhou.

KN: mas já tá pensando em namoro? - parei no meio do estacionamento, olhando pra ele.

Por um momento, eu nem tinha parado pra pensar que eu realmente tinha falado aquilo. Senti minhas bochechas queimarem, aí que vergonha.

Eu: tava brincando. - fiz careta e ele riu.

KN: tô ligado mermo. - negou.

Meu celular começou a tocar.

Sabe quando aquele climinha bom, do nada some? Foi exatamente isso que aconteceu.

O número era do índio, ergui a sobrancelha e atendi.

Ágata: Lara não volta pro morro agora. - falou sussurrando.

Eu: am? Porque? - franzi o cenho, olhando pro KN.

Vargas: passa pro KN, porra. - falou ignorante, fiz cara de desentendida e o entreguei o celular pro mesmo.

KN se afastou e eu fiquei ali sem entender nada. Vez ou outra ele fazia gestos, passava a mão pela cabeça, pelo rosto. Ele estava nervoso.

Depois de uns minutos ele volta em minha direção e me puxa até o carro.

KN: a gente pode voltar pro morro não. - falou dirigindo.

Eu: isso eu sei, Kauan. - ele me olhou rápido e voltou a atenção pro trânsito. - quero saber o porquê?

KN: tá tendo invasão. - arregalei os olhos. - bagulho lá tá sinistro. Não sabe se é os cana ou facção rival. - bufou. - Que caralho. - bateu no volante, negando.

Eu: e a gente vai pra onde? - perguntei baixo e ele pareceu pensativo.

KN: teu pai tem um apê meio afastado. - concordei. - a gente passa no shopping, tu compra uns bagulho ligeiro, passa no mercado e pia pá lá.

Eu: é perigoso não? - ele respirou fundo. - aí desculpa, vou parar de falar.

KN: ae Lara, para de pedir desculpa por tudo pô. - negou. - perigoso vai ser, mas tu vai ficar sem roupa?

Eu: tem outras lojinha por aí... - dei de ombros. - shopping chama muita atenção. - ele concordou. - qualquer lojinha que tu ver por aí, pode parar.

Ele ficou calado, e na primeira lojinha que ele viu, estacionou e veio pro meu lado.

Ele tava com uma pistola nas costas, preparada pra sacar e atirar.

Meu coração parecia saltar fora.

Um misto de sensações. Tava uma loucura.

Comprei algumas peças de roupa, tanto pra mim e ele pra ele.

Pagamos, passamos em um mercadinho e voamos pro tal apartamento.

[..]

Era grande e bem aconchegante.

Eu nem sabia da existência daquele apartamento.

Estranho né? Deve existir outros e eu nem sei.

Peguei um pacote de biscoito e comecei a comer, enquanto KN andava de um lado pro outro. Aparentemente nervoso.

KN: ótima hora pra estar junto. - resmungou.

Eu: nossa, eu escutei. - ele me olhou. - até parece que minha presença não é boa.

KN: se eu pudesse trocar, não pensava duas vezes. - falou ignorante. Olhei pro mesmo surpresa.

Eu: não precisa vim com ignorância. - encarei ele. - do mesmo jeito que você tá preocupado, eu também estou. - me levantei, arrumando as coisas. - quando eu acho que estamos progredindo, você vem e mostra que o melhor é não esperar nada vindo de você..

Nem esperei ele responder e já subi.

A gente já tinha feito a escolha dos quartos, então eu fiquei com o que tinha quarto dentro. Bem melhor, não precisava sair do quarto pra olhar na cara dele.

O ódio que eu tinha desse povo inventar invadir minha casa logo hoje, era grande.

Pra que diabo eu fui aceitar sair com esse demente também? Tá certo, errado foi eu mesmo.

Afundei o rosto no travesseiro e soltei um grito abafado. Que raiva viu. Que menino imbecil.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora