Eu mesmo assumo a missão de pegar Antonella Giordano. A garota loira, com seus cabelos caindo em cascata até os ombros, parece um anjinho inocente, completamente alheia ao caos que está prestes a invadir sua vida. Ela sai da escola com uma mochila quase maior que o corpo pequeno, caminhando com uma despreocupação que me faz rir por dentro. Os seguranças... porra, nunca vi homens tão relapsos. Não percebem nada, nem o perigo à espreita.
Enquanto me aproximo, já sinto a adrenalina pulsando nas veias. É ridículo o quanto eles são incompetentes, facilitando meu trabalho. Com um movimento rápido, entro no carro e estaciono na esquina perfeita. A pequena Antonella não tem ideia do que vai acontecer. Quando finalmente a vejo sozinha, aproveito o momento exato.
O medo toma conta dos olhos dela assim que a abordo. A expressão de pânico transforma aquele rosto angelical em algo ainda mais fascinante. Ela é um verdadeiro contraste, essa mistura de pureza e terror. O corpo dela treme, e o som de sua respiração ofegante se mistura com o caos na minha cabeça.
— Entra no carro, bambina — digo, a voz baixa e autoritária.
Ela hesita, mas o pavor é evidente. Me observa com olhos arregalados, quase suplicantes, mas isso não muda nada. A ordem foi dada, e não sou de repetir. Seguro seu braço com firmeza, puxando-a para dentro do carro sem esforço. Ela cai no banco, pequena e frágil, parecendo mais vulnerável do que nunca. O cheiro doce do perfume infantil dela invade o ar, e meu corpo se aquece com o controle absoluto da situação.
O medo nos olhos dela me excita de uma forma perversa, algo que sempre me motivou. É a sensação de poder, de ver uma vida se desfazendo diante de mim com tão pouco esforço. Ela tenta falar, talvez implorar, mas nada que ela disser vai mudar o curso dos eventos. Faço uma curva rápida, deixando a escola para trás, e quando os seguranças finalmente percebem, já é tarde demais.
— Você vai aprender o que é medo — murmuro, o sorriso de canto dominando meu rosto.
Ela permanece calada, as lágrimas começando a escorrer pelo rosto perfeito. É uma visão digna de ser admirada, e eu saboreio cada segundo.
Arrasto a menina diretamente para o quarto que uma vez pertenceu a Chiara, o espaço ainda respira a memória de sua antiga ocupante. A atmosfera está carregada de uma tensão quase palpável, o ar impregnado com o eco de histórias não contadas que as paredes do quarto guardam silenciosamente.
A menina, ainda sob o efeito do medo e da confusão, tropeça a cada passo, sua pequena mão fria e trêmula na minha. Seus olhos, grandes e castanhos, estão emoldurados por longos cílios que agora tremem com cada soluço contido. Ela é a imagem da inocência que se vê diante da brutalidade do mundo que eu represento.
Chegando ao quarto, a empurro suavemente para dentro, fechando a porta atrás de nós com um clique suave que ressoa ominosamente pelo espaço. A menina olha ao redor, a curiosidade momentaneamente suplantando seu medo ao reconhecer o lugar que deve ter ouvido falar em sussurros e histórias assustadoras.
— Quantos anos tem? — Minha voz quebra o silêncio, rouca e mais suave do que eu pretendia. Ela se vira para mim, um vestígio de desafio brilhando por trás do medo em seus olhos.
Ela hesita, os lábios tremendo ligeiramente antes de responder. A coragem que ela reúne para falar é algo que, por um momento fugaz, me faz reconsiderar a natureza deste jogo perigoso que jogo.
— Tenho dezessete anos — ela diz, a voz um sussurro quase inaudível que, no entanto, enche o quarto com seu peso e significado.
Um silêncio segue sua resposta, denso e pesado. Observo-a, a forma como ela se encolhe ligeiramente, como se tentando diminuir sua presença, tornar-se menos visível, menos vulnerável. Mas sabemos os dois que isso é impossível. Ela está aqui, sob meu poder, e isso nos coloca em extremos opostos de uma equação cruel.
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Resgatada pelo mafioso - Livro Um
RomansaEsse é um romance dark com abuso físico e verbal explícitos. Se esses assuntos são gatilhos para você, a leitura não é recomendada. Chiara Valentini é arrastada para o submundo implacável da máfia aos dezessete anos, quando seu próprio pai a entreg...