DOZE - DÁRIO

69 19 1
                                    

DUAS SEMANAS DEPOIS...

A expressão no rosto dela é uma mescla de dor e lágrimas, uma manifestação visível do turbilhão de emoções que a consome. Enquanto os nossos olhares se encontram, eu vejo a vulnerabilidade crua que ela se permitiu mostrar. O seu choro é uma resposta ao que compartilhamos, uma expressão do fardo que ela carrega e que eu, de certa forma, também carrego.

Por favor... por favor, pare...

As palavras dela são como um lembrete da realidade que nos cerca, uma interrupção na bolha de desejo que construímos. Enquanto as minhas mãos encontram o seu corpo trêmulo, sinto a minha própria satisfação se misturar ao gosto salgado das lágrimas. O que compartilhamos é um enigma complexo, uma interseção de desejos sombrios e anseios reprimidos.

Não se preocupe, Chiara. Você está a salvo agora.

As minhas palavras podem parecer contraditórias diante do que acabamos de compartilhar, mas são um lembrete de que, mesmo nesse mundo de sombras, há momentos de prazer. Enquanto nos desvencilhamos das amarras da intensidade que nos envolveu, eu a abraço suavemente, uma tentativa de oferecer algum consolo em meio ao caos que criamos. Ela é diferente de todas as mulheres que já me foram dadas.

O nosso encontro é uma encruzilhada de desejos conflitantes, uma dança perigosa entre prazer e agonia que nos consome de forma inexorável. E, por mais que eu saiba que deveria sentir alguma culpa, sou incapaz de negar a fascinação que ela desperta em mim. Somos prisioneiros dos nossos próprios anseios e, por mais que tentemos nos libertar, continuamos a cair nas armadilhas que criamos.

Sinto o corpo dela estremecer sob o meu toque, uma mistura de dor, prazer e desespero que se entrelaça em cada movimento. A resistência que ela oferece, as lágrimas que escorrem pelo seu rosto, tudo isso é parte do que torna esse momento tão complexo e intenso. Enquanto eu continuo a me mover dentro dela, não posso deixar de reconhecer a natureza perversa do nosso vínculo, a forma como estamos ligados por essa espiral de desejos obscuros.

Cada impulso é uma reafirmação dessa conexão, um lembrete do poder que eu exerço sobre ela e da vulnerabilidade que ela se permite mostrar. Enquanto os sons do nosso encontro ecoam no espaço entre nós, eu sinto a tensão crescente, a linha tênue que separa o prazer da agonia. A minha própria excitação se entrelaça com a dela, uma dança perigosa e volátil que nos envolve em um torvelinho de emoções.

Chiara... você sente isso?

As palavras escapam dos meus lábios em meio aos nossos movimentos sincronizados, uma pergunta retórica que ecoa naquela atmosfera carregada. O meu olhar encontra o dela, capturando a expressão de conflito e desejo que dança em seus olhos. Eu sei que ela sente a mesma dualidade que eu, a mistura de prazer e dor que se torna quase insuportável.

Por favor... pare...

O apelo dela reverbera em meu ouvido, uma súplica que poderia ser interpretada de várias maneiras. Mas, ao mesmo tempo, ela continua a se mover em harmonia comigo, uma contradição que torna tudo ainda mais intenso. O nosso encontro é um paradoxo, um lugar onde os limites entre a dor e o prazer se distorcem, onde as fronteiras se desfazem e nos perdemos em um mundo de sensações complexas.

A cada movimento, eu sinto o corpo dela ceder, uma submissão que vai além do físico. É uma entrega emocional, um reconhecimento tácito da conexão estranha que compartilhamos. E enquanto eu a levo cada vez mais perto da beira, eu sei que não sou o único que está à beira do abismo. Somos dois seres enredados em desejos sombrios, navegando por águas profundas e perigosas.

Resgatada pelo mafioso - Livro UmOnde histórias criam vida. Descubra agora