SETENTA E CINCO - CHIARA

54 15 3
                                    

Durante o caminho, o silêncio entre nós é pesado. Dante dirige com uma calma perturbadora, seus olhos fixos na estrada, mas sei que sua mente está fervilhando com os detalhes do que está por vir. Eu o observo de relance, a mandíbula travada, os músculos tensos. Ele é um predador, preparado para o ataque, e o destino de Diógenes já está selado.

Quando chegamos ao galpão, a luz fraca do lugar ilumina o rosto de Lorenzo e Ettore, que já estão à nossa espera. Ambos se erguem no instante em que o carro para, suas figuras imponentes contra a escuridão. Lorenzo, com sua expressão sempre cínica, levanta uma sobrancelha, enquanto Ettore, o mais impaciente dos dois, já se aproxima, ansioso para participar do espetáculo.

Dante abre o porta-malas e puxa Diógenes para fora, jogando-o no chão de cimento sem qualquer esforço. O corpo de Diógenes bate com força, e ele solta um gemido fraco. Ainda está vivo, mas claramente quebrado, tanto física quanto mentalmente.

— Então, este é o verme que fez nosso irmão mais novo quase perder a vida? — Ettore pergunta, sua voz carregada de desprezo enquanto observa Diógenes se contorcer no chão. — Parece que não vai durar muito.

— Vai durar o tempo que for necessário — Dante responde, sua voz firme, enquanto se abaixa sobre Diógenes, segurando o homem pelo colarinho. — Esse desgraçado vai pagar por tudo. Cada soco, cada chute que deu no Massimo.

Lorenzo, sempre com um toque de sarcasmo, se aproxima, os olhos brilhando com uma crueldade silenciosa.

— Ele achou que poderia se safar, Dante. — Lorenzo cruza os braços, uma sombra de um sorriso perverso nos lábios. — Mas aqui estamos, para lembrá-lo de que ninguém escapa dos Caputo.

Dante se ergue e dá um chute violento no estômago de Diógenes, que geme alto, o som ecoando nas paredes frias do galpão. Eu observo de longe, a adrenalina correndo pelo meu corpo. A cena é brutal, mas é exatamente o que Diógenes merece. Depois de tudo o que ele fez, depois de todos os horrores que causou, isso parece apenas o começo do pagamento.

— Onde quer começar, irmão? — Ettore pergunta, seu olhar agora fixo em Dante, esperando por instruções.

Dante se aproxima lentamente de Diógenes, que está tossindo sangue, sua pele pálida e suada. Ele o encara com desprezo, como se estivesse diante de um inseto insignificante.

— Vamos fazer isso devagar — Dante murmura, a voz baixa, mas carregada de promessas. — Quero que ele sinta cada segundo. Quero que se arrependa de cada maldito dia que passou em nossas vidas.

Lorenzo solta uma risada seca, enquanto Ettore pega um cassetete e o gira nas mãos, como se estivesse saboreando a antecipação. O destino de Diógenes está selado, e todos nós sabemos disso.

O ar no galpão é denso com expectativa. Diógenes tenta falar, mas é interrompido por mais uma onda de dor quando Lorenzo pisa em sua perna, o som de ossos estalando preenchendo o espaço. Eu me aproximo, o gosto da vingança me inundando, e sei que essa é apenas a primeira etapa. Não vai acabar tão cedo.

Dante dá um último olhar para mim, como se quisesse garantir que eu estava assistindo cada detalhe, cada momento. E estou. Observando, aguardando, pronta para testemunhar a queda de Diógenes, o homem que achou que poderia me destruir.

Agora, é ele quem será destruído.

Encaro Diógenes pendurado, os braços esticados em uma posição quase ridícula, com o sangue escorrendo pelos pulsos. A atmosfera no galpão é sufocante, cheia de violência contida e o cheiro metálico da dor. O som seco dos socos que Lorenzo e Ettore desferem contra o corpo dele ecoa, cada golpe quebrando algo dentro e fora de Diógenes, mas não é suficiente.

Resgatada pelo mafioso - Livro UmOnde histórias criam vida. Descubra agora