ONZE - DÁRIO

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Chego à casa de Tio Vito com a mente ainda enevoada pelo gosto da boceta de Chiara, um contraste gritante com o clima sombrio que permeia o lugar. Ao entrar, encontro meu pai, Marcelo, sentado à cabeceira da mesa, a expressão dele severa e carregada de preocupação. Donatello e Vittorio, meus irmãos, estão ao lado dele, e o restante da família está disperso pela sala, todos com olhares tensos e preocupados. A atmosfera é densa, cheia de uma expectativa sombria que parece envolver todos os presentes.

— Espero que isso seja importante. — Digo, quebrando o silêncio, minha voz carregada de sarcasmo. — Porque eu estava chupando uma boceta deliciosa antes de ser interrompido.

Meu comentário causa uma série de olhares reprovadores, mas eu ignoro, avançando com confiança. Meu pai levanta a cabeça, os olhos escuros fixos nos meus. Ele sempre teve uma presença imponente, uma aura de autoridade que poucos ousam desafiar.

— Dário, seu tempo para brincadeiras acabou. — Marcelo diz, a voz dele firme e intransigente. — Temos um problema sério em mãos.

— E o que é tão urgente que não podia esperar? — Pergunto, cruzando os braços e encarando-o com um olhar desafiador.

— Os Caputo. — Donatello responde, o tom dele cheio de desdém. — Eles cruzaram a linha, Dário. Interceptaram nosso último carregamento.

Minha expressão muda instantaneamente, a raiva fervendo dentro de mim. Não sou um santo, longe disso, mas certas coisas me revoltam profundamente. Interceptar nosso carregamento é uma declaração de guerra.

— Filhos da puta. — Rosno, sentindo a fúria crescendo. — Eles vão pagar por isso.

— Sim, vão. — Diz Vittorio, a voz dele baixa, mas carregada de uma promessa de violência. — Precisamos decidir como vamos lidar com essa situação.

Olho ao redor, vendo a determinação nos olhos da minha família. Somos Fiore, e ninguém nos desafia impunemente. Sento-me à mesa, pegando um copo de conhaque que alguém deixou à mão. O líquido desce queimando, mas é uma sensação que me traz foco.

— Então, qual é o plano? — Pergunto, a voz agora mais controlada, mas ainda fervendo de raiva.

— Primeiro, precisamos garantir a segurança de nossos negócios. — Diz meu pai, a voz dele assumindo o tom autoritário que todos nós conhecemos. — Depois, vamos atrás dos Caputo. E não deixaremos nenhum deles de pé.

— Concordo. — Digo, batendo o copo na mesa. — Mas precisamos ser metódicos. Cada passo deve ser calculado. Não podemos nos dar ao luxo de errar.

— Já temos algumas informações sobre onde eles estão escondidos. — Donatello continua, puxando um mapa e espalhando-o sobre a mesa. — Vamos atacar com tudo o que temos. Mostrar a eles que não se brinca com os Fiore.

A tensão na sala é palpável, cada um de nós carregando a raiva e a determinação de proteger nosso território e nossa honra. Olho para meus irmãos e meu pai, sentindo a força do nosso vínculo, a lealdade inabalável que nos une.

— Eles não sabem com quem estão lidando. — Digo, um sorriso frio se formando em meus lábios. — Vamos fazer com que se arrependam amargamente.

Marcelo acena, satisfeito com a nossa união e determinação. Ele sabe que, juntos, somos uma força imbatível. E os Caputo aprenderão isso da maneira mais difícil.

— Está decidido, então. — Diz meu pai, levantando-se. — Vamos proteger nossos interesses e destruir os Caputo. Ninguém mexe com os Fiore e sai impune.

Levanto-me também, sentindo o peso da responsabilidade e a adrenalina da antecipação. Estamos prontos para a guerra, e nada nos deterá. A família Fiore sempre prevalece. E eu, Dário Fiore, estarei na linha de frente, garantindo que nossa justiça seja feita.

Resgatada pelo mafioso - Livro UmOnde histórias criam vida. Descubra agora