Começo meu dia com a rotina habitual: um banho quente que tenta lavar as marcas do passado e do presente, um café da manhã rápido, um pouco de leitura para distrair a mente e, finalmente, a televisão para ocupar as horas vazias. A espera por Dário é uma constante, uma sombra que paira sobre todas as minhas ações.
Ele chega por volta das onze da manhã, o corpo tenso, a expressão carregada de estresse. O medo de que sua frustração se transforme em agressão me faz agir rapidamente. Assim que ele se acomoda na poltrona, me aproximo devagar, como quem tenta acalmar uma fera. Sento-me em seu colo, meus braços envolvendo seu pescoço enquanto planto um beijo suave em seus lábios.
— O que aconteceu? — Murmuro, a voz doce, quase um sussurro. É uma tentativa de aliviar sua tensão e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de obter mais informações para anotar no diário.
Os olhos dele encontram os meus, ainda cheios de uma fúria contida, mas suavizando aos poucos com o contato. As mãos dele deslizam pelas minhas costas, um gesto possessivo que conheço bem.
— Problemas com a organização. — Ele diz, a voz carregada de frustração. — Um dos nossos informantes foi comprometido, e isso pode causar uma série de complicações.
Acaricio seu rosto, os dedos traçando linhas suaves pela mandíbula tensa. Cada palavra que ele diz é um tesouro, uma peça do quebra-cabeça que preciso montar para entender melhor a estrutura e os segredos da máfia.
— Isso é terrível. — Respondo, a preocupação fingida na voz. — Como pode resolver isso?
Dário suspira, a tensão ainda evidente, mas o toque e a voz suave parecem acalmá-lo um pouco. Ele passa os dedos pelo meu cabelo, um gesto que poderia ser terno se não fosse carregado de possessão.
— Precisamos identificar quem é o traidor e eliminar a ameaça. — Ele diz, a voz mais firme. — É um jogo perigoso, Chiara. Você não precisa se preocupar com isso.
Sorrio, tentando transmitir apoio, enquanto minha mente trabalha a mil. Cada detalhe, cada nuance do que ele diz, é cuidadosamente armazenado para ser registrado mais tarde. O diário é minha arma secreta, meu meio de escapar desse mundo de dor e submissão.
— Eu sei que vai resolver isso. — Digo, beijando seu pescoço, sentindo-o relaxar um pouco mais. — Você sempre resolve tudo.
Ele me puxa mais para perto, os lábios encontrando os meus em um beijo intenso. Há uma urgência em seus movimentos, um desejo de esquecer os problemas, pelo menos por um momento. Minha submissão é um papel que desempenho com perfeição, uma fachada para esconder a revolta que cresce dentro de mim.
O beijo se aprofunda, e as mãos dele exploram meu corpo com familiaridade. A cada toque, a cada carícia, minha mente se distancia, focada na missão de coletar informações. A intimidade forçada é um preço que pago pela sobrevivência, uma moeda de troca para obter o conhecimento necessário.
— Quero te fazer esquecer esses problemas. — Sussurro, a voz carregada de promessas vazias.
Ele sorri, um sorriso que não chega aos olhos, mas que indica que meu plano está funcionando. A tensão nos ombros diminui, e o corpo relaxa sob meu toque.
— Você sempre sabe como me acalmar. — Ele murmura, os olhos finalmente suavizando.
Ele me olha com aquela intensidade que conheço tão bem, e antes que qualquer palavra seja dita, já sei o que quer. Um simples gesto é suficiente para me mandar ajoelhar. Obedeço sem hesitação, as pernas dobrando-se automaticamente enquanto desço ao chão diante dele.
O silêncio no quarto é pesado, carregado de expectativa. Ele se inclina na poltrona, observando cada movimento, cada respiração. A sala é iluminada suavemente, criando sombras que dançam nas paredes, refletindo a tensão e a sensualidade do momento.
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Resgatada pelo mafioso - Livro Um
RomanceEsse é um romance dark com abuso físico e verbal explícitos. Se esses assuntos são gatilhos para você, a leitura não é recomendada. Chiara Valentini é arrastada para o submundo implacável da máfia aos dezessete anos, quando seu próprio pai a entreg...