CENTO E QUATORZE - CHIARA

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Ele tenta se libertar, os músculos se tensionando sob as correntes, mas é inútil. Cada movimento apenas intensifica sua dor, e isso só torna tudo mais excitante. Passo a faca delicadamente pelo seu pescoço, sem pressão, apenas uma carícia ameaçadora.

— Poderíamos continuar assim a noite toda — provoco, olhando profundamente em seus olhos. — Mas temo que não aguentaria o ritmo.

— Maldita... — ele sussurra, a voz falhando.

— Já me chamaram de coisas piores. — Dou de ombros, divertida. — Agora, seja um bom rapaz e aproveite o momento.

Faço mais um corte, desta vez na altura do quadril, e sua reação é imediata. O corpo se arqueia em um espasmo, e o som que escapa de seus lábios é uma mistura de dor e frustração. Despejo o restante do uísque sobre a ferida, e a intensidade da sua resposta me faz morder o lábio inferior, saboreando cada segundo.

— Sabe, dizem que o álcool ajuda a limpar as impurezas — comento casualmente. — Estou apenas cuidando da sua saúde.

Ele me lança um olhar cheio de ódio, mas há também algo mais ali. Talvez medo, talvez reconhecimento de que a situação está completamente fora do seu controle.

— Chega... por favor... — a súplica é quase inaudível, mas eu a capto perfeitamente.

— Ah, então agora estamos pedindo educadamente? — arqueio uma sobrancelha, fingindo consideração. — Infelizmente, acho que ainda não aprendeu a lição.

Guardo a faca por um momento e deslizo os dedos pelo seu peito, sentindo a mistura de sangue e suor sob minhas unhas. — Talvez devesse marcar você, assim como fez comigo.

Ele treme ao meu toque, e posso sentir o coração dele batendo acelerado sob minha palma. A sensação é intoxicante, uma dança de poder que me coloca no controle absoluto.

— Isso não vai ficar assim... — ele tenta recuperar a compostura, mas sua voz é fraca.

— Tem razão. Vai ficar muito pior. — Minha risada é baixa, quase um ronronar.

Ele me observa, a respiração ofegante, mas não diz mais nada. Há uma aceitação relutante em seu olhar, como se finalmente entendesse que não há escapatória.

Passo a lâmina lentamente, quase acariciando a pele delicada entre as pernas dele. Os olhos arregalados de pânico me encaram, e sinto uma onda de satisfação percorrer meu corpo. O poder que tenho agora é intoxicante, uma inversão deliciosa dos papéis que um dia desempenhamos.

— Está com medo? — murmuro, um sorriso malicioso surgindo nos meus lábios. — Lembra-se de Diógenes?

Ele tenta se afastar, mas as correntes o mantêm preso. A respiração dele acelera, e o suor começa a escorrer pela testa. A tensão no ar é quase palpável, e posso ouvir o batimento acelerado do coração dele.

— O que você fez com ele? — a voz sai trêmula, quase um sussurro.

Inclino-me mais perto, deixando que a ponta da faca toque levemente o ponto mais sensível.

— Cortei fora — digo, cada palavra carregada de prazer. — E ele gritou tanto... foi quase musical.

— Você é louca! — ele exclama, o desespero evidente nos olhos.

— Louca? Talvez. Mas aprendi com os melhores — respondo, deslizando a lâmina de um lado para o outro, apenas o suficiente para aumentar o terror. — Pense em quantas vezes me deixou nesta mesma posição, vulnerável, implorando por misericórdia. — Ele fecha os olhos, talvez tentando bloquear a realidade. Mas não vou permitir que escape tão facilmente. — Olhe para mim! — ordeno, a voz firme.

Resgatada pelo mafioso - Livro UmOnde histórias criam vida. Descubra agora