TRINTA E SETE - DANTE

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Estou na sala de reuniões da nossa mansão, cercado por meus irmãos Ettore, Lorenzo e Massimo. A sala é luxuosa, com paredes forradas de madeira escura e uma longa mesa de mogno no centro, iluminada por um lustre imponente. O ambiente é carregado de seriedade, cada detalhe refletindo a importância da discussão que estamos prestes a ter.

— Ettore, quais são as últimas notícias dos nossos homens infiltrados na organização dos Fiore? — Pergunto, minha voz firme e autoritária.

Ettore, sempre o mais calmo e calculista, olha para mim com um semblante sério. Ele abre uma pasta cheia de documentos e começa a folhear, procurando as informações mais recentes.

— Nossos homens estão ganhando a confiança dos Fiore. — Ele começa, sua voz baixa e controlada. — Eles conseguiram se infiltrar nos níveis médios da organização, mas ainda estão longe do círculo íntimo de Filipo.

Lorenzo, sentado ao meu lado, solta um suspiro impaciente. Ele sempre foi o mais impetuoso, o que mais anseia por ação direta.

— Isso não é suficiente. — Ele resmunga, cruzando os braços. — Precisamos de informações mais valiosas, algo que nos dê uma vantagem decisiva.

Massimo, o mais novo e ainda aprendendo os meandros da nossa operação, olha de um para o outro, absorvendo cada palavra. Eu coloco uma mão no ombro dele, um gesto de apoio e encorajamento.

— Teremos isso, Lorenzo. — Digo, olhando diretamente para meu irmão impetuoso. — A paciência é uma virtude em nosso negócio. Ettore, continue.

Ettore assente, continuando sua explicação.

— Um dos nossos homens, Mario, conseguiu se aproximar de um dos capangas de confiança de Dário Fiore. Ele reportou que há tensões crescentes dentro da organização, especialmente relacionadas ao tratamento das mulheres que eles capturam. Parece que não é apenas uma questão de poder, mas também de moralidade distorcida.

Meu estômago se revira ao ouvir isso. O tratamento que os Fiore dispensam às suas prisioneiras sempre foi um ponto de repulsa para mim. Não que sejamos santos, mas há linhas que nem todos estão dispostos a cruzar.

Massimo franze a testa, claramente perturbado.

— O que vamos fazer a respeito? — Ele pergunta, sua voz cheia de determinação juvenil.

— Vamos esperar o momento certo. — Respondo, minha voz firme. — Quando tivermos informações suficientes, atacaremos com precisão cirúrgica. Não podemos nos dar ao luxo de falhar.

Lorenzo solta um suspiro frustrado, mas sei que ele entende. Todos nós entendemos. O jogo que estamos jogando é perigoso e não permite erros.

— Ettore, continue monitorando a situação de perto. — Digo, encerrando a discussão. — Lorenzo, quero que intensifique nossas operações de inteligência. Massimo, você vai acompanhar Ettore de perto e aprender tudo o que puder.

Meus irmãos assentem, cada um assumindo suas responsabilidades com a gravidade que a situação exige. Eu me levanto, sinalizando o fim da reunião.

— Lembrem-se, nossa prioridade é derrubar os Fiore e garantir a segurança da nossa família. — Digo, minha voz cheia de determinação. — Não vamos descansar até que isso aconteça.

Ettore se aproxima, sua expressão mais sombria do que o habitual. Ele segura uma pasta com informações e parece pesar cada palavra antes de falar. O silêncio na sala é palpável, carregado de tensão e expectativa.

— Dante, temos informações preocupantes sobre Mariela. — Ele diz, a voz baixa e controlada.

Sinto um nó se formar no meu estômago, um pressentimento sombrio. Faço um sinal para que ele continue, minha voz presa na garganta.

Resgatada pelo mafioso - Livro UmOnde histórias criam vida. Descubra agora