Resgatada pelo mafioso - Livro Um

OITENTA E UM - DANTE

Nossos seguranças aparecem tarde demais, como se tivessem sido pegos desprevenidos. Gianlucca, o chefe da segurança, é o primeiro a entrar. Seus olhos varrem a cena, analisando o caos ao nosso redor. Ele me encara com aquele olhar questionador, mas sei o que está por vir.

— Onde diabos vocês estavam? — pergunto, minha voz baixa, mas carregada de fúria controlada. Gianlucca tenta explicar, balbucia alguma desculpa sobre uma possível distração, mas eu corto qualquer tentativa de justificativa com um gesto.

— Já resolvemos tudo aqui. — Minha voz é cortante, cheia de desdém. Chiara ao meu lado, ainda com a arma em punho, é um lembrete de que, quando se trata de proteção, não posso contar com ninguém além de nós dois. Ela me lançou um olhar rápido, como se quisesse reafirmar que estamos juntos nessa, e a cada segundo, a conexão entre nós se fortalece.

— Da próxima vez que vocês falharem assim, não vai sobrar ninguém para contar a história. — Me aproximo de Gianlucca, minha altura o fazendo recuar um passo. Ele sabe que não estou brincando, que não tolero incompetência, ainda mais quando minha vida e a de Chiara estão em jogo.

Por dentro, minha mente fervilha com o desejo de tê-la para mim agora. O calor ainda percorre cada parte do meu corpo, mas preciso me controlar. Esse não é o lugar. Não agora. A ameaça que enfrentamos deixou claro que não estamos seguros, e eu não posso me permitir ceder ao desejo antes de garantir que ela esteja em um lugar seguro.

— Vamos embora daqui — digo, minha voz firme, ainda com a fúria controlada. Olho para Chiara, que assente sem questionar. Ela confia em mim, e eu confio nela. Isso é o que importa.

Enquanto saímos da garagem, minha mão involuntariamente roça na dela, e o toque é eletrizante. Sinto o calor subir pelo meu braço, irradiando por todo o corpo, me lembrando do que quero fazer com ela. Do que preciso fazer com ela. Mas ainda não. Primeiro, preciso garantir que ela está fora de perigo. Depois, vou foder essa mulher até o último resquício de adrenalina se transformar em prazer puro.

A caminho do carro, Gianlucca ainda tenta se redimir, falando sobre novos protocolos de segurança, sobre aumentar a vigilância. Mas porra, estou pouco me lixando para isso agora. Minha mente está presa em Chiara. Em como ela lutou ao meu lado. Em como ela, porra, pertence ao meu lado.

Quando finalmente nos acomodamos no carro, a tensão dentro de mim cresce a cada quilômetro que percorremos. Chiara, sentada ao meu lado, mantém o olhar fixo à frente, mas consigo sentir a eletricidade no ar entre nós. Ela sabe tanto quanto eu que essa noite ainda está longe de acabar.

Enquanto dirijo em direção à marina, onde meu iate está ancorado, uma verdade inesperada me atinge como um soco no estômago. Porra, estou apaixonado por Chiara. Uma onda de emoções conflitantes percorre meu corpo, me deixando desnorteado. Eu, que sempre mantive meu coração blindado, que jurei nunca me permitir amar outra mulher além da minha falecida mãe, me vejo preso em um desejo profundo e inexplicável por minha bambina.

Ela está ao meu lado, a poucos centímetros de mim, mas parece tão distante, mergulhada em seus próprios pensamentos. Minhas mãos apertam o volante com força enquanto o peso dessa realização se instala sobre meus ombros. Não é apenas desejo, luxúria ou atração. É algo muito mais perigoso, muito mais devastador. Eu a amo. Porra, estou completamente apaixonado por ela.

Mas agora não é o momento de falar sobre isso. Não é hora de deixar essas palavras escaparem dos meus lábios. Há coisas maiores em jogo, ameaças rondando nossa vida, e expor esses sentimentos seria o suficiente para nos enfraquecer. Não posso permitir isso. Não agora.

Meus olhos se desviam brevemente para ela, e o impacto dessa paixão me atinge de novo, mais forte do que eu poderia prever. O jeito que ela segura a arma, a forma como enfrentou os invasores com coragem e destreza, só fez aumentar o respeito e a admiração que sinto por ela. Chiara não é uma mulher comum. Ela é uma sobrevivente, uma guerreira. E, porra, isso só torna tudo ainda mais irresistível.