Cap. 1 Sexta - feira

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Era sexta -feira de manhã, abri os olhos e a claridade vinda da janela indicava que já era hora de levantar. Era um dos poucos dias, desde a morte do meu irmão, em que eu acordava feliz. O meu nome é Érin, hoje tenho 23 anos, pele clara, olhos pretos (minha mãe diz que meus olhos são pretos como a noite, mas isso é exagero dela), não tenho um corpo escultural mas apesar das dificuldades consegui adquirir um corpo com belas curvas. Os cabelos levemente ondulados, hoje me alcançam as costas.
Acordei com o barulho da porta, esperei alguns minutos para ver se minha mãe atendia a porta, mas dona Alice parecia tão preguiçosa quanto eu. Respirei fundo e desci para abrir a porta. Dei de cara com um sujeito estranho que eu nunca tinha visto antes . Muito bem vestido ( em um terno que eu poderia dizer, já pagaria a hipoteca da minha casa), aquele senhor a minha frente aparentava ter pelo menos uns 45 anos.

- Pois não? - disse encarando aquele homem.

- Você deve ser a senhorita Érin certo? - senti um misto de confusão e curiosidade, quem era aquele homem e como sabia o meu nome?

- O senhor é?

- Heitor, o senhor Aquiles se encontra?

Naquele momento só consegui pensar em uma coisa, aquele homem tinha vindo cobrar a hipoteca, mas era ainda pior.

- O meu pai? Hã.. Sim.. É... Eu vou chamar.

- Se incomoda se eu entrar?

Só então percebi que ainda estávamos na porta e que eu ainda estava de pijama.

- Ah meu Deus! Desculpe, entre eu vou chamar o meu pai.

Subindo as escadas me dei conta do tamanho da besteira que eu tinha acabado de fazer. O meu pai ia me matar se soubesse que eu abri a porta pra um estranho e principalmente, de pijama.
Bom mas como eu ia saber que era um homem? -pensei- a única pessoa que batia a essa hora era a dona Leila, a vizinha e melhor amiga da minha mãe
Prevendo a surra que eu ia levar do meu pai, corri para o meu quarto e troquei de roupa, rezando para que o homem na sala não fizesse nenhum comentário a respeito.

- Pai, pai acorda! - balancei de leve o seu ombro e ele resmungou alguma coisa que não entendi - pai acorda. Tem um homem lá em baixo procurando o senhor.

-Hã? -ele disse, a voz ainda embriagada pelo dono, por incrível que pareça ontem ele não bebeu e nem tentou bater na minha mãe e nem em mim - e você recebe um homem sozinha em casa? - disse apertando o meu braço.

- Pai eu não sabia que era um homem quando eu abri a porta e depois eu não estou sozinha, o senhor e a mãe estão em casa.
Dito isso ele soltou o meu braço e se levantou sem dizer mais nada.

- E quem é esse homem? E o que ele quer comigo?

-Eu não sei, mas acho melhor o senhor descer. Juro pai, nunca vi um homem tão bem arrumado.

****
- Em que posso ajudá-lo? - dizia meu pai, o sotaque de interior e todo o jeito de um homem criado no interior.

-Bom dia, meu nome é Heitor e venho em nome do doutor Erick de Albuquerque, informar que o meu cliente deseja encontrar o senhor e sua família hoje a tarde no Los Hermanos de SP - que por sinal era o restaurante mais caro da cidade - aqui esta o endereço e o horário que os senhores devem estar presentes - disse enquanto retirava de sua pasta um envelope branco e o entregou na mão do meu pai.

Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora