Olá meus amores! Nem acredito que acabei. Ufa que capítulo difícil viu.. Desculpem o atraso, mas finalmente saiu. Até o final do dia tem surpresa.
------------------------------------------------------Acordar sozinho já é mais do que rotina, mas hoje em especial bateu uma pontinha de medo. O quarto está silencioso e o sol entra tímido pela janela aberta, uma brisa fria arrepia a minha pele. Levanto e tomo banho pensando nos acontecimentos de ontem. A lembrança da Érin dizendo que me amava olhando em meus olhos me fazem sorrir bobo, feito um adolescente apaixonado. As palavras dela ainda ecoam nos meus pensamentos, ela dizendo que não vai desistir de mim, que mesmo que a gente não dê certo ela me quer por perto, que a nossa amizade é um amor que nunca vai morrer. Sinto meu peito transbordar de felicidade, me sinto completo e sei de verdade que valeu a pena todo tempo que esperei por ela. Que de agora em diante não importa se os outros não nos aceitam, porque meu lugar é ao lado dela. Ela é o melhor lugar no mundo pra mim, minha casa, é pra ela que quero voltar todos os dias.
Quando desci a casa ainda estava silenciosa, a família ainda não tinha acordado, acho que acordei cedo de mais. Fiquei curioso pensando no que a Érin estaria fazendo acordada tão cedo já que todos estavam dormindo. Da sala pude ouvir as risadas vindo da cozinha, a risada dela é tão gostosa de ouvir, ainda mais assim de manhã. Caminhei mais devagar, tentando não fazer barulho, a tia Angélica tirava o bolo do forno enquanto a Érin passava o café, cheiro bom que fica na casa, café e bolo fresquinhos num dia que amanhece preguiçoso. A Érin estava de costas, o cabelo caindo pelo ombro, short e camiseta, deu saudade de casa, saudade dela de pijama e descalça. Fiquei parado na porta ouvindo as duas conversarem sobre a Júlia, a tia contava pra ela sobre as peraltisses da filha.
- Caiu da cama foi? - a Érin sorria, um sorriso tímido, um jeitinho de menina que encontrou seu lugar no mundo.
- Senti sua falta na cama, é diferente.
Menina tímida que é, vi seu rosto corar um pouquinho. A tia olhava pra gente feliz, me olhava diferente e eu não sabia o que era, tinha um pouco de orgulho misturado com felicidade no olhar dela. Caminhei até minha princesa e beijei seu rosto, depois beijei minha tia desejando-lhe bom dia.
- O café está pronto, acabei de passar, quer um pouco?
A Érin estava muito diferente, até o jeito de falar era diferente, dava pra ver nela uma vontade de agradar, um jeito diferente de cuidar. Sentei a mesa e deixei que me servisse o café, a convivência com a minha tia deixa a Érin mais dona de casa, nunca a vi tão feliz em servir o café. Coisa de mulher que cuida do marido e da casa. Serviu um pouco de chá para si e sentou ao meu lado, beijou meu rosto e me desejou bom dia baixinho ao pé do ouvido. Acariciava minha mão e me olhava com um brilho diferente no olhar. Diante de tanta felicidade não tive coragem de perguntar o motivo e antes que eu pudesse tentar saber o motivo de toda aquela alegria a casa inteira acordou, nove cabeças em volta da mesa. A Clarinha ainda manhosa quase dormia no colo da minha tia, a Júlia falava pelos cotovelos e a Paulinha fazendo graça como sempre. Meu tio e o Nando ainda pareciam desconfortáveis pela cena de ontem, mas fingiam não se importar já que a Érin mesmo não demonstrava nenhum tipo de reação. Mau sabem que esse é o maior dos problemas, quando ela não fala é porque sente dobrado. Mas assim olhando para ela tão sorridente, tão alegre, tão menina, ela parece realmente não se incomodar com o que aconteceu ontem. Resolvi fazer o mesmo que ela, ignorar e sorrir no dia seguinte. Ainda doi, minha mãe me deu as costas por eu ter escolhido ser feliz, meu pai não me quer como filho, de repente estou no mesmo barco que minha princesa sempre esteve, um pai que não quer o filho e uma mãe que deu as costas ao filho. Agora sei como ela se sentiu durante todos esses anos e fico me perguntando como ela conseguiu sobreviver a isso, não é de se estranhar que tenha ficado tão amarga com o passar dos anos. Olhando para ela vejo que todos nós sempre tivemos uma visão errada da Érin, sempre a tratamos como se fosse frágil mas a verdade é que ela é muito mais forte do que todos nós juntos. Passou por tudo o que passou e ainda consegue amar quem um dia a abandonou, ainda consegue sorrir esse sorriso lindo que tanto me encanta, ainda consegue ser, mesmo que por pouco tempo as vezes, a mesma menina que um dia eu abandonei.
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Entre o amor e a vingança
RomanceEla: Érin, 23 anos, virgem. Sem muitos amigos, perde o único irmão e melhor amigo aos onze anos. Sofre diariamente com os maus tratos de um pai violento, vê sua vida mudar aos doze anos com a entrada de um novo aluno na escola que em pouco tempo se...