Cap. 35 Se eu fosse você não dormia de camisola hoje.

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Érin

É claro que eu sinto alguma coisa, se eu não sentisse não ficava com a calcinha molhada toda vez que você sai do banho, se não sentisse não tinha deixado você me tocar naquela noite. Se eu não sentisse não passava todas as noites desejando o seu toque outra vez. Eu queria tanto poder sentir como você sente, queria tanto, mas as coisas foram diferentes pra nós dois. Você foi embora e cresceu enquanto eu fiquei aqui sonhando com um amor que não ia dar certo.

- Por que você foge tanto do que sente Érin? - tocava em meu rosto e eu não sabia mais como fugir - Por que não aceita que a gente ainda pode ser feliz? Diz pra mim que você não gostou de ser tocada naquele dia, diz que você não sentiu a mesma coisa que eu.

- Erick eu..

Fui interrompida por um beijo. Droga, como eu posso dizer que não sinto nada se quando ele me beija meu coração bate mais forte e tudo em mim quer estar com ele. Toquei seu rosto enquanto me beijava, suas mãos deslizam pelo meu corpo e param em minha cintura. Sinto sua outra mão subindo pela minha nuca e puxando de leve os meus cabelos, um gemido rouco e tímido saiu da minha garganta sem que eu pudesse controlar.

- Ta vendo, porque você insiste tanto em dizer que não sente nada por mim? Se você não sentisse não correspondia esse beijo.

- Por que você faz isso?

- Por que eu não aguento mais viver assim, eu quero você Érin. Você pensa que é fácil dormir todos os dias do seu lado sem poder te tocar? Você pensa que é fácil ficar perto e não te tocar depois daquele dia no quarto? Droga Érin eu sou homem, você é linda, perfeita e acima de tudo é a mulher que eu amo.

- Chega Erick, eu não quero ouvir mais nada.

- Érin para de fugir do que você sente. Mas que droga! O que você quer que eu faça? É tão difícil de entender que eu te amo?

- Para de falar que você me ama! - ela estava começando a ficar nervosa - Se você me amasse de verdade não teria ido embora, ou pelo menos não teria demorado tanto para voltar.

- Mas eu estou aqui agora Érin.

- Dez anos depois? Meu deus Erick, por que tanto tempo? Você fala tanto de amor e leva dez malditos anos pra me procurar, você nunca ligou, nunca mandou uma carta. Não fala de amor pra mim, principalmente porque você ia se casar com outra mulher.

- Como você sabe da Raquel?

Me olhou com tanta mágoa que só então entendi o real motivo de todo o ódio que sentia por mim. Não tinha nada haver com o casamento forçado, ela sabia da Raquel, não sei como mas sabia. Só então caiu a ficha sobre o quanto ela sofreu e o porque de ter se tornado tão amarga.

- Érin ... - as palavras não saem, não tem como explicar que desisti dela e que ia me casar com outra mulher - Eu não sei o que te dizer. - baixei a cabeça - O importante é que eu estou aqui com você.

- Você devia ter se casado com ela.

Era tanto ódio nas suas palavras que senti meu coração apertado dentro do peito. Dessa vez doeu de verdade, ela me odeia e agora sei o porque, agora sei que falava sério quando me dizia que dez anos depois os sentimentos não eram mais os mesmos.

- Não porque é você a mulher que eu amo.

- Ama tanto que ficou noivo de outra.

- Eu tentei te esquecer, eu estava sofrendo a muito tempo, achei que não ia conseguir voltar. Já tinha passado tanto tempo, eu tinha medo que você já tivesse me esquecido.

- Devia mesmo ter esquecido. Teria sido melhor se você nunca tivesse voltado.

Se levantou do banco e estava indo em direção a casa quando a puxei pelo braço. Quando se virou eu a beijei, a puxei para meus braços mas dessa vez ela não correspondeu. Me empurrou com muita raiva e em seguida limpou a boca com o dorso da mão.

Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora