Na última vez que briguei com a Érin fui eu quem saiu com o coração partido. Naquele dia ela me confessou coisas que se quer imaginei que ela sentisse, fazia bastante tempo que ela estava diferente, sempre mau humorada e meio nervosa também. Louco de ciúmes achei que ela estava distante por causa do idiota do Victor. A Érin não percebe mas vejo como ele olha diferente para ela, não o culpo, a Érin é mesmo uma mulher muito bonita, embora ela não perceba, se tornou uma mulher muito bonita. Fiquei magoado por meu ciume ter ultrapassado as necessidades da minha princesa, em momento algum imaginei que ela guardasse tanto medo no coração. Quando me pediu para voltar a estudar achei que fosse algo que ela quisesse muito, só depois é que entendi que assim como a Paulinha havia deixado os estudos por ela, ela só os retomava por causa da amiga. Nunca imaginei que a faculdade fizesse tão mal a minha menina.
Quando ela me confessou em lágrimas que tinha medo de perder a amizade da Paulinha entendi que também tenho sido muito egoísta. A Érin é muito melhor do que eu, naquele dia eu aconselhei a Érin a conversar com a Paulinha sobre seus sentimentos e a resposta dela partiu em mil meu coração.
- Se eu falar com ela, ela se afasta das outras pessoas e vai ficar só comigo como sempre foi. Pra mim vai ser ótimo, mas de que adianta dar asas se for pra não deixar ela voar? Eu quis devolver a faculdade da Paulinha para que ela tivesse um futuro e agora não cabe a mim impedi-la de construí-lo.
Entendi naquele dia que não cabia a mim impedir a amizade da Érin com outras pessoas, lembrei dela dizendo que eu havia dado asas a ela, mas que não a deixava voar. Mesmo se sentindo tão insegura ela deixava a amiga voar, deu a Paulinha muito mais que um futuro, deu liberdade. Se a Paulinha deu o que tinha de mais precioso a ela, minha princesa devolveu a altura, deu a amiga o que nunca teve e ainda não tem. Sei que acabo deixando a Érin muito presa, mas tenho tanto medo de perdê-la que não me imagino fazendo o mesmo que a Érin faz.
- Eu deixo ela voar porque sei que ela vai voltar e se algum dia ela não voltar, tudo bem, eu já tive o melhor que ela podia me dar. Eu aprendi o que era amizade por causa dela e isso ninguém vai tirar de mim.
A Érin frita dentro do próprio cérebro, cria situações que nunca vão acontecer mas está sempre preparada para quando acontecerem. Ela prevê ser abandonada pela amiga e morre de medo de acontecer, mas mesmo assim ela deixa a amiga livre. Admiro a minha princesa por ser tão corajosa, nunca que eu vou ter coragem de fazer o mesmo por ela. O amor é um sentimento muito bonito, em contra partida existe a insegurança que é um sentimento tão sofrido, nunca que eu consigo imaginar a minha Érin indo embora e eu a deixando partir, talvez ela tenha mesmo razão quando diz que sou possessivo de mais. Tenho pensado nisso todos os dias.
Érin
Graças a Deus o período finalmente acabou! Nosso projeto foi mesmo o melhor da turma, recebemos muitos elogios, tanto dos professores quanto dos alunos. Algumas meninas com as quais a Paulinha se relaciona se aproximaram de mim nos últimos dias, só aceitei porque vejo a Paulinha mais feliz desde que fez novas amizades. Elas até que não são tão chatas, depois que você baixa a guarda todo mundo parece mais legal.
Eu confesso que não ando muito feliz com minha vida, o Erick e eu estamos sempre brigando e toda vez que penso que minha primeira vez vai acontecer ele para, sempre tão gentil que não tenho coragem de pedir que siga em frente. Nisso eu tenho inveja da Paulinha, sempre tão descolada aquela doida, duvido que ela passe vontade e por falar nela, finalmente ela e o Nando estão juntos. Naquele final de semana que passamos em casa, quando o Nando a foi levar em casa eles transaram pela primeira vez. No dia seguinte a Paulinha veio toda feliz me contar, agradeceu tanto pela ajuda que me senti cupido de verdade. A relação deles é estranha, eles não estão namorando mas vivem se pegando. A Paulinha não percebeu ainda mas está cada dia mais apaixonada e eu gosto de ver minha amiga assim. O Nando é meio estranho, da pra ver no jeito como ele olha para a Paulinha o quanto gosta dela, mas por alguma razão que eu não sei explicar ele não quer que o Erick saiba do caso deles. Na verdade era pra ser segredo até pra mim, mas não existe segredos entre a Paulinha e eu. Mesmo assim tão complicados eu amo ver os dois juntos. Só fico um pouco chateada de não poder contar para o Erick, mas se é para o bem da minha amiga tudo bem, fazer o que.
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Entre o amor e a vingança
RomanceEla: Érin, 23 anos, virgem. Sem muitos amigos, perde o único irmão e melhor amigo aos onze anos. Sofre diariamente com os maus tratos de um pai violento, vê sua vida mudar aos doze anos com a entrada de um novo aluno na escola que em pouco tempo se...