Não parecia justo que depois de tudo o que fez todo mundo tenha se virado contra ele. Se aquela empresa existe é só para salvar a Érin do pai e eles poderem viver aquele amor em paz e ele tinha tudo menos paz. Até a Paulinha estava contra ele agora. O que quer que a Érin tenha falado deixou a Paulinha muito brava. Seja como for aquela transferência de dinheiro o deixava muito preocupado, conhecendo a Érin como ele conhece sabe que ela não faria nada pela metade com a Paulinha, aquele valor pagava a faculdade e ainda sobrava. Então é para valer, a Érin vai mesmo embora. Ah mais não vai mesmo! Se arrastou da cama para o banheiro e se arrumou foi direto para a empresa, mau humorado e cansado.
Ninguém na empresa sabia do sumiço da Érin. Dirigir não o acalmava em nada naquela manhã. Entrou na empresa feito um furacão, a barba ainda por fazer, a Jessica queria avisar sobre as reuniões que ele não compareceu, mas antes que ela pudesse desejar pelo menos bom dia ele já chegou falando.
- A Carla já chegou?
- Está na sala dela. Erick você tem uma reunião hoje a tarde e é imp...
- Cancela. Não vou comparecer a reunião nenhuma essa semana. Avisa a Carla que eu quero falar com ela agora.
Entrou na sala com raiva da vida. Cinco minutos depois a Carla entrou. Não deu nem tempo dela dizer bom dia.
- Fecha a porta. - ordenou seco.
- Você queria falar comigo?
- Você é louca Carla? O que te deu pra falar aquelas coisas para a Érin?
- Erick eu não tô entendendo, você sai comigo, me beija e depois quer me esconder da sua mulher?
- Eu te beijei? FOI VOCÊ QUEM ME BEIJOU!
- E você correspondeu! - a voz começava a tremer, os olhos cheios d'água - Se você amasse tanto a sua mulher não tinha me beijado de volta. Olha Erick eu não sei que tipo de mulher você pensa que eu sou, mas eu não posso aceitar o que você está fazendo. - disse enchugando uma lágrima que estava longe de cair.
- E o que eu estou fazendo Carla? - disse já perdendo a paciência.
- Ah pelo amor de deus Erick! A gente tá saindo a meses, você está sempre reclamando da sua mulher, é tão óbvio isso, mas eu não vou aceitar ser sua amante Erick!
- Você esta louca Carla! Eu nunca trairia a Érin.
- Nunca trairia mas traiu! Você está brincando com meus sentimentos Erick, não é possível que você não perceba o quanto eu gosto de você.. Eu achei que.. Depois daquele beijo, eu achei que você também gostasse de mim. - e se entregou ao choro, cobriu o rosto com as mãos e chorou feito menina que acabou de perder o brinquedo novo.
O Erick coração mole como é, não pode ver mulher chorando que se derrete todo. A voz amansou e o mau humor deu lugar a vontade de consolar. Talvez não devesse ter desabafado com uma mulher, pensou, mas agora era tarde para arrependimentos.
- Não chora Carla, vem cá. - a puxou para um abraço e ela foi toda menina - Olha eu não sei o que você entendeu do que eu te falei, mas eu nunca deixei de amar a Érin, ela é a mulher da minha vida. As coisas não andam tão bem e eu nem sei direito porque, quando eu penso que vai dar certo a gente briga por qualquer coisa e ela se afasta de mim e eu fico com raiva dela e tem dia que eu não quero mesmo ficar perto dela. Mas isso não quer dizer que eu tenha deixado de amá-la, desculpa se pareceu que eu estava interessado em você, eu só queria alguém para conversar e se eu soubesse que você gostava de mim não tinha falado com você.
- Desculpa pelas coisas que eu falei para a Érin, mas é que eu fiquei com tanta raiva... Ela não sabe a sabe a sorte que tem de ter você ao lado dela e não da valor nenhum. - disse num choro compulsivo abafado no peito dele.
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Entre o amor e a vingança
RomanceEla: Érin, 23 anos, virgem. Sem muitos amigos, perde o único irmão e melhor amigo aos onze anos. Sofre diariamente com os maus tratos de um pai violento, vê sua vida mudar aos doze anos com a entrada de um novo aluno na escola que em pouco tempo se...