Cap. 112 - Lembranças do passado

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Foram dois dias inteiros sem o Erick falar comigo até que eu recebi uma mensagem do Mathias dizendo que o Erick havia dado o resto do dia de folga para ele.

Erick

Eu estava super ocupado em meio aquela em pilha de documentos quando o ramal da minha sala tocou, era a Jéssica dizendo que uma pessoa estranha, sem hora marcada queria me ver. Óbvio que eu disse não, ainda ouvi quando ela repassou o recado dizendo que eu estava ocupado e que como não havia nada marcado não teria como atender.

- É muito importante, e é assunto do interesse do seu chefe. Diz a ele que sou amigo da esposa dele e não preciso de mais que cinco minutos.

Devido a insistência e sabendo que o assunto tinha haver com a Érin optei por receber a pessoa inconveniente que achava que podia chegar no meu escritório sem hora marcada e ser recebido. Grande foi a minha surpresa quando ele entrou na minha sala, aquele maldito do bar.

- É muita petulância sua vir até aqui!

- Eu só preciso de cinco minutos.

- Eu não tenho cinco minutos para perder com você. - digo indiferente.

- Ok, mas ainda assim eu preciso pedir desculpa pelo que aconteceu. Foi uma péssima maneira de conhecer você.

- É serio isso? - digo irônico.

- A Érin é como se fosse uma irmã para mim, eu nunca deixaria ninguém machucá-la e ainda que você seja o cara que ela ama e esperou por toda uma vida eu nunca vou deixar que ninguém, nem mesmo você a machuque.

- Ta falando do que? Eu nunca machucaria a Érin!

- A não ser quando você estiver cego de ciúmes?

- Eu não estava machucando a Érin! - digo furioso.

- Certeza? Porque a marca da sua mão no braço dela dizia outra coisa.

Até então eu não tinha reparado no que acontecera a minha volta naquele dia, a cena da Érin dizendo que eu a estava machucando me veio a cabeça como o flash de um filme, a mesma cena já se repetira antes, lembro-me do meu ataque de ciúmes por causa do motorista.

- Olha eu sei que você deve ter ficado com muita raiva por ela ter ido embora comigo, mas não desconta nela, a Érin só fez aquilo pra te proteger, porque as lembranças que ela tem de mim não são das melhores.

O encarei curioso e furioso pela hipótese de algum dia ele já a ter machucado.

- Eu nunca machucaria a Érin, ela sabe disso, muito pelo contrário, todo o tempo em que estive na vida dela foi para protegê -la. A Érin salvou a minha vida! Era para eu estar morto agora se não fosse por ela.

- A Érin não é o tipo de pessoa que salva a vida de ninguém.

- Mas ela salvou a minha. Eu não era o melhor tipo de pessoa e tentaram me matar...

6 anos antes

Era um dia de sol quente, a Érin acabara de sair da escola. Uma rua antes ela e a Paulinha se despediram, parecia um dia comum, mas na rua seguinte, jogado entre os matos ela ouviu aquele estranho agonizando. Qualquer outra pessoa teria ido embora, mas a Érin não era do tipo que sentia medo, a vida era tão fodida que ela não era capaz de imaginar que algo pudesse ser pior que voltar para casa e encontrar o pai. Ela deixou a mochila no chão e se enfiou mato a dentro acreditando que aquele barulho viesse de algum animal ferido, mas para sua surpresa o animal era um homem! Ela mau podia acreditar no que vira, um rapaz que já devia ter uns vinte e poucos anos agonizava de dor, muito machucado, o rosto muito inchado, todo ensanguentado.

Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora