Cap. 37 Não, mas bem que você podia ficar

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Antes de começar a ler o capitulo dêem uma olhava no vídeo que postei. Quando comecei a escrever estava ouvindo essa música e fiz o capítulo todo com inspiração nessa música. O video tem a tradução, mas vou deixar a tradução no final do capitulo para quem não conseguir ver o video.
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Dirigi por um tempo, não tive coragem de ir pra casa e olhar pra Érin sabendo o quanto a fiz sofrer. Me sinto péssimo por ter desistido dela e mais ainda por ela ter ficado sabendo por uma droga de uma revista. Por deus, a minha Érin ainda é virgem e ela esteve se guardando esse tempo todo pra mim. Agora mais do que nunca me arrependo de ter perdido a virgindade de qualquer jeito, com uma garota qualquer que não significava nada para mim. Estou na estrada a mais de uma hora, dirigir me relaxa, mas nem se eu dirigisse daqui ao fim do mundo diminuiria essa culpa no meu peito. Estou com medo de novo, o mesmo medo que eu tive na primeira vez que a Érin parou de falar comigo, só que agora é pior, agora ela me odeia e eu não sei se vou saber fazê-la me amar de novo. Estou louco de vontade de ir pra casa e abraçar a minha mulher, de deitar ao lado dela e dizer que a amo, mas será que ela saberia me amar outra vez? Agora entendo que dez anos foi realmente muito tempo. Amor nenhum sobrevive a tudo isso, eu devia ter ligado todas as vezes que tive vontade, devia ter mandado uma carta, devia ter largado tudo e ter voltado pra ela. Eu devia ter fugido com ela, qualquer coisa que me permitisse ficar junto dela. A culpa aperta meu coração e não consigo mais dirigir, encostei o carro no primeiro acostamento, tentei ser forte mas as lágrimas vieram mais fortes que eu. Dei um soco no volante, e a dor se tornou ainda mais forte. Chorei feito criança sem colo, chorei e tudo o que eu queria era a minha princesa do meu lado.

Dez anos de sofrimento pra que? Pra esfregar na cara do pai dela que eu sou maior? Eu pareço maior agora, chorando sozinho no acostamento de uma cidade que não para? Eu pareço maior agora chorando um tempo que não volta mais? Pareço maior sem o amor dela? Nunca chorei tanto assim na vida e não sei como parar. A dor aperta meu peito e chego a sentir a dor física, doi na alma e reflete no corpo. Como vou olhar pra Érin sabendo tudo que ela deixou de viver por minha causa, principalmente porque ela não foi obrigada, deixou de viver tudo pra me esperar.

Sofri muito longe da Érin e mesmo quando namorava a Raquel eu sofria, todas as noites que dormimos juntos eu pensei na Érin, pensei na Érin quando a pedi em casamento, pensei na Érin quando desisti da Raquel. Eu chorei muitas noites nos primeiros anos de ausência e achei que aquilo era muito, mas e a Érin? Dez anos de lágrimas? Dez anos esperando eu voltar pra acabar assim num casamento forçado? Agora entendo quando ela diz que eu não posso voltar e reclamar o amor dela como se nada tivesse acontecido.

Passei um longo tempo no acostamento, chorei toda a dor que ficou em meu peito depois da conversa com a Paulinha. Quando vi a hora já passava da meia noite. Não queria chegar tarde em casa, queria ficar com a Érin, mesmo a culpa dilacerando meus sentimentos tudo o que eu queria era ficar com a Érin. Sequei as lágrimas e dirigi de volta pra casa, cheguei em casa já passava da uma da manhã, as luzes estavam todas apagadas. Entrei sem fazer barulho, os olhos ardendo por causa do choro, fui direto para o quarto, com certeza a Érin vai estar dormindo, só quero deitar e esquecer o dia de hoje.

Entrei no quarto e a Érin estava acordada, o quarto todo no escuro, só a luz do abajur acesa, reparei pela primeira vez que a Érin só dorme com a luz apagada quando eu estou com ela, sempre que chego tarde ela esta com a luz do abajur acesa. Fico imaginando quais os motivos que a fazem não ficar no escuro sozinha. Desculpa meu amor, não queria ter te deixado tanto tempo sozinha, desculpe não ter estado ao seu lado quando você teve medo, quando você quis chorar e principalmente quando você quis viver. Queria ter coragem de dizer alguma coisa, de tocar nela de dizer que a amo, mas me sinto tão pequeno agora.

Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora