Cap. 91 Eu sei que a culpa não é sua

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Meus amores, muito obrigada por todo carinho que vcs tem tido comigo, pela paciência e pelas palavras de apoio. Ontem fiquei muuuuuuuuiito feliz com o retorno de cada um de vcs. Obrigada mesmo! Bem, tô fazendo o que eu posso mas o próximo capítulo só sai no dia 06/02.. Da até pena de postar esse capítulo hoje porque o Cap. 92 explica o 91, mas depois te tanto carinho acho justo ter capítulo hoje.
Bom chega de falar, bora de capítulo porque tem muita gente anisosa. Ah! Preparem o coração porque vem coisa boa em fevereiro, para alguma coisa essa surra tinha que servir hahaha

Ótimo domingo e uma semana maravilhosa pra vcs. Bjs!
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A última coisa que eu queria era que o Erick me visse daquele jeito, ele vai surtar quando souber o que aconteceu. Não vou nem ter chance de tentar impedir o pior, o Erick com certeza vai denunciar o meu pai, só que isso não garante a nossa segurança. A surra de hoje não vai manter o meu pai na cadeia, vai dar a gente uma ordem de restrição de o que, cento e cinqüenta metros? E quando eu estiver morta o que a justiça vai fazer por mim? Liga a tevê no jornal da tarde e conta quantos casos de mulheres que são assassinadas pelos parceiros, procura saber quantas delas já não haviam denunciado antes uma agressão ou uma ameaça, uma droga de uma ordem de restrição não vai salvar a minha vida quando meu pai estiver fichado na polícia. O Erick tem documentos que fariam o meu pai apodrecer na cadeia, mas aqueles documentos não impedem os contatos do meu pai, basta um telefonema dele e todos nós estaremos mortos. Cadeia não impede bandido de matar gente inocente aqui fora, só mudam as mãos, as ordem ainda partem das penitenciárias desse país. Justiçazinha de merda a do Brasil, se meu pai se comportar bem em alguns anos ele sai em liberdade e ele vai me achar aonde quer que eu esteja e em parte eu entendo a minha mãe, mulher casada não foge do marido, e isso era a maior das ameaças para ela e para mim também. Tem alguma coisa que eu não sei, alguma coisa que segura a minha mãe e prende ela nesse casamento maldito. Você tenta pensar em alguma coisa, mas não tem como esconder, meu corpo vai ficar todo marcado e justo hoje o Erick está em casa. Se eu estivesse com meu cartão eu fugiria de novo, mas só em pensar na volta aquieto o rabo no lugar.

Em parte eu entendo porque nunca contei a ninguém sobre as coisas que aconteciam na minha casa. Acalmar o Mathias foi uma das coisas mais difíceis, ele queria a todo custo denunciar o meu pai e disse que daria parte eu gostando ou não e que eu não poderia impedi-lo, desespero é uma merda, eu poderia dizer que pensei em mim e na minha mãe, mas não, a única pessoa em quem pensei foi no Erick, eu não me perdoaria se alguma coisa acontecesse com ele. Se tem uma coisa que odeio em mim é a semelhança entre meu pai e eu, deixei bem claro para o Mathias que se ele desse parte eu mesma o demitiria e que daria as piores referências dele.

- Você não pode estragar a minha vida só porque estou tentando te ajudar.

- Então não estraga a minha.

- Sinceramente não sei como você pode defender aquele homem. - o Mathias tinha uma expressão de nojo que só aumentava a minha dor.

- Por favor não me olha desse jeito. Me desculpa ter dito que eu demitiria você, eu nunca faria nada para te prejudicar, mas eu precisava que você me ouvisse e foi o único jeito de fazer você parar. Não é tão fácil quanto parece, se fosse tão simples eu mesma já tinha feito. Eu não tô defendendo o meu pai, é pela minha mãe que eu não falo nada.

- Érin eles vão prender o seu pai, não tem com o que você se preocupar.

- E quantas mulheres não morreram por confiar no trabalho da polícia? Eu não confio na polícia, eles não foram capazes nem de encontrar o desgraçado que matou o meu irmão!

O Mathias só se acalmou mesmo quando eu caí no choro, acho que parte do nervosismo dele era pelo que tinha acabado de fazer. Bater em alguém deixa você meio fora do ar, eu sei porque foi assim comigo também quando bati numa menina da escola quando tinha dezessete anos. Parece que você não vai parar enquanto aquela pessoa estiver respirando e a gente desconta um monte de coisa que não é culpa da pessoa, eu não me orgulho do que fiz, mas naquele dia entendi que meu pai e eu não éramos tão diferentes e morro de medo até hoje de me tornar alguém como ele.

Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora