- A gente podia marcar uma praia no próximo final de semana. - sugeri durante a sobremesa.
- Não acho praia uma ideia muito boa.
- Por que amor?
- Hum.. A nervosinha pelo jeito já não é tão nervosinha. - e pelo jeito ganhei mais um pra tirar sarro da minha cara. O Nando tinha um sorriso parecido com o do Erick, esses dois quando sorriem deixam a gente sem saber onde tem chão para por os pés.
- Ra ra ra.. Muito engraçado Nando.
- É só porque ela está feliz, essa dai já nasceu nervosa.
- Ah cala a boca Paulinha!
Todos riam à mesa, a gente ria um da cara do outro e isso era agradável de mais. Era tão natural que nem parece ser de verdade.
- Tô domando a fera. - o Erick dizia rindo.
Ver ele tão feliz me traz um pouco de paz. É bom saber que de alguma forma eu posso retribuir o que ele faz por mim. Ficar em casa e não ter medo quando ele chega é algo que não tem preço, poder dormir a noite toda e não ter ninguém pra te bater no dia seguinte é simplesmente mágico e por mais que ele tenha errado na forma como fez as coisas eu devo a paz que sinto a ele.
- Ah é?
- É brincadeira amor. - beijou meu rosto e continuava com o sorriso largo no rosto.
- Mas por que a gente não pode ir à praia?
- Pra que? Pra ficar um monte de homem te olhando?
- Ah fala sério! Até parece que não vai ficar um monte de mulher te olhando.
- Mas você não se importa.
- Quem disse que eu não me importo? A diferença é que se eu for sair na porrada com toda mulher que olhar pra você eu vou ter que contratar meia duzia de lutadores de box.
A Paulinha ria de jogar a cabeça para trás, tentava esconder o riso com as mãos mas era inútil. Até o Nando ria dessa vez, o Erick ficou meio sem jeito e mentalmente eu agradeci por todos terem achado graça, não quero lembrar ao Erick os homens que olham para mim enquanto a gente se diverte comemorando a minha volta para a faculdade.
- Até parece que fica esse monte de mulher me olhando.
- Naquela mesa ali na frente tem aquela loira que não tira os olhos de você, duas mesas a sua direita tem uma ruiva que já está até sem graça de tantas vezes que peguei ela te olhando. A minha esquerda tem um grupo de quatro meninas. As quatro não tiram os olhos de você e você mesmo já percebeu, a única que você não percebeu foi a ruiva a sua direita. Então não vem dar uma de que as mulheres não olham para você porque não cola.
- Hum.. Depois dessa eu ficava quieto. - o Nando parece muito com a Paulinha, sempre bem humorado e nunca vai perder a chance de te zoar.
- Nossa amiga isso que é olho de águia. - a Paulinha ria tentando esconder com a mão o sorriso que não era por causa da piada.
- Mas eu não estava olhando pra nenhuma delas.
O Erick ficou todo sem graça, ele já tinha notado o grupo de meninas a tempo e realmente não deu muita bola para elas, acho que foi só por isso que eu não fiquei com tanto ciúme. Era engraçado o jeito como ele parecia querer se desculpar por ter notado as meninas. Parecia ter quinze anos outra vez. Me fez fez lembrar a primeira vez que o vi ficando com outra menina, na ocasião eu fiquei duas semanas sem falar com ele, lembro que ele acabou parando de ficar com a tal menina por minha causa.
- Mas isso não muda o fato de elas estarem olhando para você. Então eu não vejo qual o problema das pessoas olharem pra mim na praia.
- A gente podia era marcar alguma coisa lá em casa, você nunca entrou na piscina e eu fiz questão de comprar uma casa com piscina só por sua causa.
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Entre o amor e a vingança
RomanceEla: Érin, 23 anos, virgem. Sem muitos amigos, perde o único irmão e melhor amigo aos onze anos. Sofre diariamente com os maus tratos de um pai violento, vê sua vida mudar aos doze anos com a entrada de um novo aluno na escola que em pouco tempo se...