Capítulo dois

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[Guilherme Dash - 25 anos]

Guilherme Dash 

Abri os olhos devagar sentindo o celular vibrar sobre a cama, puxei o edredom e passei a mão pelos lençóis a procura do celular. 

— Qual foi? — atendi. 

— Qual é Neto, cola aqui na pensão — Lucca falou.

— Jaé, marca dez! 

— Beleza, é nos! — desligou. 

Joguei o celular para o lado e passei a mão no rosto, me espreguicei e levantei. Peguei a toalha jogada em cima da cadeira e entrei no banheiro, pendurei a toalha e tirei a bermuda. Liguei o chuveiro e deixei a água cair por minha cabeça, lavei o cabelo e fechei os olhos enquanto respirava com a boca entreaberta. 

Saí do banheiro com a toalha em volta da cintura e abri o guarda-roupas, vesti uma cueca boxe preta e uma bermuda jeans lavagem clara surrada, junto uma camisa da nike preta. Sequei o cabelo com a toalha e penteei, passei perfume e coloquei meu cordão de outro no pescoço, meu relógio no pulso e calcei minhas havaianas. Peguei meu celular jogado entre os lençóis e saí do quarto com ele na mão. 

Peguei minha pistola em cima do sofá a colocando na parte de trás da cintura e saí de casa fechando a porta. 

Fui descendo o morro tranquilamente cumprimentando os moradores e sendo cumprimentado por quase todos eles, o movimento como sempre estava alto e suave. 

— Eaí Guilherme — uma das marmitas da boca piscou. 

— É Neto pra você — pisquei de volta. 

Atravessei a rua e entrei na pensão. Sofie estava sentada no chão bagunçando tudo, cheia de canudos e guardanapos espalhados. 

— Fala boneca, demorou — Lucca bateu em minhas costas. 

— Meu pau pra você — falei. 

— Lá ele parceiro, tá me tirando é? — deu risada. 

Caminhei até Sofie e a carreguei, ela me encarou sorrindo e passou a mão no meu cabelo.

— Oi minha princesa — beijei seu pescoço.

Ela se encolheu em meus braços e gargalhou, coloquei ela no chão e sentei em uma das cadeiras plásticas. 

— Eaí, qual a boa? — perguntei. 

— Tudo em paz! — articulou. 

Ficamos bebendo uma gelada e conversando sobre algumas coisas do morro, sobre as drogas que estão pra chegar e as armas que perdemos na última invasão no morro rival. 

— Tem que mandar o Cabeça ir atrás desse povo que tá devendo viu — levei o copo a boca. — Já tá passando dos limites. 

— Jaé, vou mandar o papo pra ele mais tarde.

— Porque não agora? — o encarei. 

— Tenho que ir para casa, a patroa disse pra não demorar que uma amiga dela vai chegar hoje pra passar um tempo ai em casa — falou enquanto carregava a filha. 

 𝙾 𝙳𝙾𝙽𝙾 𝙳𝙾 𝙼𝙾𝚁𝚁𝙾Onde histórias criam vida. Descubra agora