Capítulo cinquenta e um - Bônus

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Lohany Sampaio 

Antes de entrar em casa respirei fundo pronta para encarar o homem que amo me desprezando sem motivos. 

Lucca estava sentado no sofá mexendo no celular. 

Joguei a bolsa em cima do sofá pequeno e adentrei a cozinha, abri a geladeira pegando uma jarra de água e servi meu copo, caminhei de volta para sala e sentei no sofá, virei o copo de vez na boca e tirei minha sapatilha. 

— Boa noite! — falou. 

Sério, é isso que você tem a me dizer? 

O encarei séria e peguei o celular na bolsa, desbloqueei a tela e respondi algumas mensagens da Débora. 

— Não vai me responder? — perguntou. 

— Porque tá fazendo isso comigo? — o encarei. — Você tá me machucando muito se não sabe.. — falei com um nó na garganta. 

— Do que você tá falando? — levantou uma das sobrancelhas. 

— Olha Lucca, para mim já chega dos seus joguinhos — levantei. — Você mudou de novo, a gente não se fala mais, é como se fossemos dois estranhos dentro de casa — contei nos dedos. — Não quer mais​ ficar comigo? Beleza! — abri os braços. — Agora some de vez e deixa minhas filhas em paz. 

Caminhei em direção a escada e ele segurou meu braço me fazendo encara-ló.

Ele ficou me fitando em silêncio com seus olhos esverdeados, puta que pariu.

— Nossas filhas! — falou. 

Puxei o braço e deixei as lágrimas presas caírem, subi as escadas com a mão no peito tentando me controlar. 

Entrei no quarto da Sofie e cobri ela com o edredom, tirei seu cabelo do rosto e beijei sua testa. 

— Mamãe ama você! — murmurei chorosa. 

Saí de seu quarto fechando a porta e caminhei até o fim do corredor abrindo a porta do quarto da Sara, ela dormia tranquilamente em seu berço, puxei a porta. 

Entrei no meu quarto e fechei a porta, me despi das roupas e peguei a toalha, caminhei até o banheiro e encostei a porta. 

Abri o box e liguei o chuveiro, deixei a água cair por minha cabeça e aproveitei para chorar sem culpa, sei que ninguém vai ouvir e com isso não vou precisar explicar nada a ninguém. 

A Bianca teria os piores conselhos agora, mas em compensação ela ia bater no Lucca para me defender, mas ela não tá aqui. 

Coloquei as mãos no rosto ainda chorando e deitei a cabeça para trás. 

Depois de todas as higienes feitas e metade das lágrimas derramadas, saí do banheiro com a toalha em volta do corpo.

Me sequei e vesti uma calcinha, junto meu pijama, penteei o cabelo em um coque alto e deitei na cama, peguei meu livro em cima do criado mudo e abri na página em que parei com ajuda do marcador. 

A porta foi aberta. 

— Precisamos conversar — falou. 

 𝙾 𝙳𝙾𝙽𝙾 𝙳𝙾 𝙼𝙾𝚁𝚁𝙾Onde histórias criam vida. Descubra agora