Capítulo quarenta e nove

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Guilherme Dash

Encarei a tela do celular e respondi a mensagem do Lucca. 

— Parentes de Bianca Aguilar? — um senhor caminhou até a sala de espera. 

— Aqui! — levantei. 

— Me acompanhe por favor — apontou para o corredor. 

Caminhei ao seu lado pelo extenso corredor, o Dr. abriu uma porta e me deu passagem para entrar. Bianca estava deitada na cama com uma faixa na cabeça, olhos fechados e vestígios de sangue pela boca. 

— Ela.. ela vai ficar bem não vai? — o encarei. — Meu filho, ele.. ele — chorei. — Meu filho tá vivo? 

— A criança passa bem! — disse. 

— Graças a Deus — caminhei até a maca. — Mas e ela, tá bem? 

— Bianca teve uma fratura não exposta na perna esquerda, está desacordada desde então... — falou enquanto ajeitava o soro. — Ela levou oito pontos na testa, vai continuar internada, sua gravidez passou a ser de risco total a partir de agora, foi muita sorte não ter ocorrido um aborto espontâneo. 

— Meus Deus! — passei as mãos no rosto. 

— Te dou uns minutos para ficar com ela — disse. — Daqui a pouco passo aqui. 

Assenti rapidamente. 

Ele saiu da sala fechando a porta e nos deixando a sós. 

Me aproximei dela e beijei sua cabeça, segurei sua mão e passei o polegar por cima enquanto sentia os olhos marejarem outra vez. 

— Você tem que sair dessa.. — murmurei. — Pode gritar comigo, eu não ligo — funguei. — Só acorda logo. 

A sala tinha apenas o barulho dos aparelhos apitando, acariciei seu rosto e levei a mão até sua barriga. 

— Não sei porque mas agora veio na minha cabeça a sua imagem, no dia que te vi pela primeira vez — sorri sem ânimo. — Depois pela segunda vez, você estava irritada porque te acordamos com o barulho — beijei sua mão. — No dia que a gente se pegou lá no baile, do seu surto pós-quase transa, do tapa que eu dei em você — as lágrimas desceram. — Me perdoa! — solucei.

Passei a mão em sua boca limpando os vestígios de sangue. 

— Você tem que ficar bem logo, já imagino a gente contando para o nosso filho onde ele foi feito — sorri entre as lágrimas. — Em cima de uma pedra! 

A porta foi aberta. 

— Seu tempo acabou, por favor, me acompanhe! — o Dr. falou. 

Depositei um selinho demorado em seus lábios e me direcionei até a porta, saí fechando a mesma e limpei o rosto. 

— Que horas eu posso vir amanhã? — perguntei. 

— A partir das 09:30, coloquei seu nome na ficha dela, você está responsável por quem pode entrar para visita-lá ou não — disse. — Ela tem algum outro parente? 

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