Capítulo oitenta e quatro

26.1K 1.4K 206
                                    

Bianca Aguilar 

Terminei de escovar os dentes e guardei a escova, enxuguei o rosto e mãos na toalha e saí do banheiro fechando a porta.

Caminhei pelo corredor enquanto encarava a bolsa para ver se estava tudo dentro, tenho uma mania de esquecer as coisas que só Deus. 

Saí de casa trancando o portão da frente e caminhei até o carro, Neto já estava dentro a minha espera. Abri a porta e adentrei, ajeitei o cinto e o encarei. 

— Vamos? 

— Vamos.. — me encarou. 

Ele girou a chave na ignição e arrastou morro abaixo. 

Apoiei o braço na janela e fiquei encarando a rua, as pessoas que passavam, os demais carros e ônibus. Eu tentava seriamente a todo instante me imaginar sendo mãe. 

Eu não sei se vou brincar de pique-esconde com eles ou vou ser mais durona, não consigo me imaginar durona. Tô com muito medo deles serem maduros de mais a ponto de quererem assistir jornal nacional enquanto eu quero assistir bob esponja, isso será o cúmulo. 

— Tá pensando muito.. — Neto murmurou. 

O encarei e me ajeitei no banco. 

— Tô tentando me visualizar como mãe.. — falei. 

— Com certeza será uma ótima mãe — sorriu.

— Assim espero — respirei fundo. 

Depois de mais uns 30 minutos de estrada, Guilherme parou o carro no estacionamento do hospital. Ambos descemos e fechamos as portas, ele travou o carro e caminhou ao meu encontro. 

Adentramos o hospital e fomos direto em direção a balconista que vive encarando o Guilherme feito uma cachorra no cio. 

— Bom dia — sorriu. 

— Dr. Alan — falei. 

Ela desfez o sorriso e mexeu rapidamente no computador. 

— Nome? — me encarou. 

Ela sabe muito bem quem sou eu, todo mês eu tô aqui caralho, tá procurando graça?

— Bianca Aguilar Dash — sorri falsamente. 

— Sala 07 — sorriu de volta. 

Neto virou em direção ao corredor e me puxou, na tentativa falha de me fazer andar. 

— Olha aqui querida, da próxima vez que você olhar ele assim eu vou arrancar seus olhos com as minhas unhas — rosnei. 

Ela arregalou os olhos. 

Guilherme puxou meu braço com força, me fazendo caminhar atrás dele. 

— Eu hein, garota mais oferecida.. — resmunguei. 

Caminhamos pelo corredor em direção a sala 07, Neto abriu a porta e me deu passagem para entrar, ele entrou logo em seguida. 

 𝙾 𝙳𝙾𝙽𝙾 𝙳𝙾 𝙼𝙾𝚁𝚁𝙾Onde histórias criam vida. Descubra agora