Bianca Aguilar
5 anos depois...
Abri os olhos a contragosto, interrompendo meu sonho divino quando ouvi gritos, muitos gritos. Respirei fundo e sentei na cama, tirei os cabelos do rosto e fiz um coque alto, levantei e saí do quarto.
Caminhei pelo corredor e abri a porta do quarto dos meninos.
— Que merda é essa? — gritei.
Arthur correu em minha direção e grudou em minha perna.
— Mamãe, o Lorenzo me bateu — choramingou manhoso.
Adentrei o quarto com o Arthur ainda grudado na minha perna e puxei o Lorenzo pelo braço.
— Vem aqui agora Lorenzo, pede desculpas para o teu irmão — o encarei.
— Meu nome é Kevin — puxou o braço.
Soltei seu braço e levei as duas mãos a cabeça. Ele deu risada e subiu na cama, me encarou e começou a pular enquanto dava risada do meu desespero.
— Desce daí agora moleque, para de rir — murmurei enquanto esticava os braços para pega-lo.
Ele se esquivou dos meus braços e pulou da cama.
— Mamãe, eu tô com fome.. — Bernardo puxou minha blusa. — Mamãe, mamãe, mamãe... — bateu na minha bunda.
— Calma... — gritei.
Eu estava a ponto de explodir, Guilherme saiu hoje cedo para resolver alguma coisa e me deixou sozinha para morrer.
— Tudo bem.. — respirei fundo. — Filho, desgruda da perna da mamãe, eu preciso andar — puxei Arthur. — Kevin, se você derrubar isso eu vou te derrubar — apontei.
Ele me encarou sorrindo e derrubou o abaju que estava em cima da cômoda.
— Ok, tudo bem! — balancei a cabeça. — Vem cambada, vamos tomar café — bati palmas. — Vai, vai — apontei.
Ambos os quatro passaram correndo por mim quase me derrubando. Saí do quarto fechando a porta e caminhei pelo corredor atrás deles.
— Se correr na escada e cair vai ficar no chão estirado — gritei.
Adentrei a cozinha e os encarei, todos bem sentados a mesa, cada um em seu lugar.
Abri a geladeira e comecei a pegar as coisas para servi-los no café da manhã; iogurte, suco e afins.
— Quero geleia de morango — Kevin falou.
— Não tem de morango — fechei a geladeira. — Tem de amora — murmurei enquanto colocava as coisas em cima da mesa.
— Mamãe, eu quero pizza — Lorenzo me encarou.
— Não tem pizza — falei.
Coloquei os pratos deles em cima da mesa e uma torrada para cada, passei a geleia de amora e coloquei suco em seus copos.
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Teen Fiction+18| Ela se apaixonou pelo moleque da favela, ele fazia tudo errado mas amava ela. #3 em ficção adolescente. [23.02.2019] #10 em ficção adolescente. [31.01.2019] #1 em ficção adolescente. [17.05.2018] ©2016 por Vitória Almeida. Todos os direitos res...