Capítulo noventa e um

26.9K 1.4K 522
                                    

Bianca Aguilar 

5 anos depois...

Abri os olhos a contragosto, interrompendo meu sonho divino quando ouvi gritos, muitos gritos. Respirei fundo e sentei na cama, tirei os cabelos do rosto e fiz um coque alto, levantei e saí do quarto. 

Caminhei pelo corredor e abri a porta do quarto dos meninos. 

— Que merda é essa? — gritei. 

Arthur correu em minha direção e grudou em minha perna.

— Mamãe, o Lorenzo me bateu — choramingou manhoso. 

Adentrei o quarto com o Arthur ainda grudado na minha perna e puxei o Lorenzo pelo braço.

— Vem aqui agora Lorenzo, pede desculpas para o teu irmão — o encarei. 

— Meu nome é Kevin — puxou o braço. 

Soltei seu braço e levei as duas mãos a cabeça. Ele deu risada e subiu na cama, me encarou e começou a pular enquanto dava risada do meu desespero. 

— Desce daí agora moleque, para de rir — murmurei enquanto esticava os braços para pega-lo. 

Ele se esquivou dos meus braços e pulou da cama. 

— Mamãe, eu tô com fome.. — Bernardo puxou minha blusa. — Mamãe, mamãe, mamãe... — bateu na minha bunda. 

— Calma... — gritei. 

Eu estava a ponto de explodir, Guilherme saiu hoje cedo para resolver alguma coisa e me deixou sozinha para morrer. 

— Tudo bem.. — respirei fundo. — Filho, desgruda da perna da mamãe, eu preciso andar — puxei Arthur. — Kevin, se você derrubar isso eu vou te derrubar — apontei. 

Ele me encarou sorrindo e derrubou o abaju que estava em cima da cômoda. 

— Ok, tudo bem! — balancei a cabeça. — Vem cambada, vamos tomar café — bati palmas. — Vai, vai — apontei. 

Ambos os quatro passaram correndo por mim quase me derrubando. Saí do quarto fechando a porta e caminhei pelo corredor atrás deles. 

— Se correr na escada e cair vai ficar no chão estirado — gritei. 

Adentrei a cozinha e os encarei, todos bem sentados a mesa, cada um em seu lugar. 

Abri a geladeira e comecei a pegar as coisas para servi-los no café da manhã; iogurte, suco e afins. 

— Quero geleia de morango — Kevin falou. 

— Não tem de morango — fechei a geladeira. — Tem de amora — murmurei enquanto colocava as coisas em cima da mesa. 

— Mamãe, eu quero pizza — Lorenzo me encarou. 

— Não tem pizza — falei. 

Coloquei os pratos deles em cima da mesa e uma torrada para cada, passei a geleia de amora e coloquei suco em seus copos. 

 𝙾 𝙳𝙾𝙽𝙾 𝙳𝙾 𝙼𝙾𝚁𝚁𝙾Onde histórias criam vida. Descubra agora