Capítulo quatro

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[Lucca Reis - 25 anos]

Guilherme Dash 

Acordei com o alarme apitando, passei a mão no rosto e desliguei o mesmo.

Levantei da cama na cara e coragem, peguei a toalha em cima da cadeira e entrei no banheiro. Tirei a bermuda de moletom e liguei o chuveiro para tomar uma ducha. 

Saí com a toalha em volta da cintura e abri o guarda-roupas, vesti uma bermuda jeans lavagem escura e uma camisa branca, coloquei meu cordão de ouro no pescoço e meu relógio no pulso, sentei na ponta da cama e calcei meu sapatênis. Deixei o celular carregando e saí do quarto fechando a porta. 

Coloquei a fuzil em volta das costas e minha pistola na cintura.

Montei minha moto e arrastei morro abaixo, estacionei na porta do Lucca. Os moleque que iam descer comigo já estavam tudo na espera. 

— Eaí rapaziada — acenei. 

— Eaí — falaram. 

Me aproximei deles pra trocar uma ideia, decidir como íamos atacar e quem ia subir de frente comigo. 

— Com certeza, eles não estão esperando pela gente — Cabeça falou. — Vamo chegar lá e fazer a festa. 

— Isso ai — fiz toque com ele. 

Os caras comemoraram.

— Neto, chega ai — Ryan chamou. 

Caminhei até ele que estava encostado em uma das vans.

— Qual foi? — perguntei.

— Tá ligado que a Débora vai sair amanhã né? — me encarou. — Qual a demora da gente fazer um baile pra comemorar?

— Parceirona vai voltar — sorri. — Demorou, quando a gente chegar desse corre vamos resolver essa parada. 

— Jaé então, valeu! — fez toque comigo. 

Assenti e entrei na casa do Lucca, ele estava em pé encostado na mesa tomando café. 

— Eaí viado — falei. 

— Fala baixo porra — me encarou.

— Vamos logo fazer a roda — chamei. 

Ele largou o copo em cima da mesa e me acompanhou para o lado de fora da casa. 

Fizemos uma roda de oração para pedir proteção a Deus. Por mais que nós corra pelo errado, nós conhece o certo, todos os dias aqui em cima são incertos, na vida que nós levamos precisamos ter muita fé. 

Ao fim da oração batemos palmas. Caminhei até minha moto e me encostei na mesma enquanto os moleque terminava de se ajeitar pra entrar nas vans, Lucca caminhou em minha direção. 

— Eaí, tá nervoso? — perguntou. 

— Eu sempre fico — falei sem encara-lo. 

Ficamos em silêncio encarando os moleque guardar as armas nos veículos. 

— Ah.. O que está acontecendo? 

Olhamos para trás. 

— Você devia tá dormindo Babi — Lucca falou. — São 04:17 da madrugada — encarou o relógio.

— Eu estava tentando mas vocês não deixaram com tanto barulho — respondeu.

Sem papas na língua, gostei! 

— Lucca, corre aqui — Ryan chamou. — Rápido, caralho! 

— Já volto! 

Ela me encarou e cruzou os braços.

— O quê? — perguntei. 

— Eu sou a Bianca — disse. — Você deve ser o Guilherme. 

— Pode me chamar de Neto! 

Ela assentiu. 

— O que vocês estavam fazendo naquela roda? — perguntou. 

— Uma oração antes de descer pra pista! — falei sem encara-lá.

— Que ironia.. — murmurou.

— Bandido tem muita fé se você não sabe — a encarei. 

— Não tô desacreditando da fé de ninguém, só acho irônico isso — disse. 

Dei de ombros. 

Lucca voltou ao nosso encontro. 

— Bom, acho que não preciso mais apresentar vocês — apontou para nós dois. 

— Não, não precisa — a encarei. 

Ela sorriu de lado e deu de ombros. 

— Vamos Neto, tudo certo! — Cabeça chamou. — Vamo descer.

— Vai na fé — Lucca fez toque comigo. 

— É nós, breve tô de volta!

Ele assentiu e me abraçou de lado.

— Vai entrar agora Babi? — Lucca perguntou. 

— Deixa a porta aberta que eu já vou — falou. 

— Beleza! — disse. 

Ele se despediu do Ryan e entrou em casa.

— Tchau — a encarei. 

— Tchau — falou. — Ah.. Cuidado! — descruzou os braços. 

— Pode deixar, você ainda vai me ver! 

Ela sorriu e acenou. 

 𝙾 𝙳𝙾𝙽𝙾 𝙳𝙾 𝙼𝙾𝚁𝚁𝙾Onde histórias criam vida. Descubra agora