[Lucca Reis - 25 anos]
Guilherme Dash
Acordei com o alarme apitando, passei a mão no rosto e desliguei o mesmo.
Levantei da cama na cara e coragem, peguei a toalha em cima da cadeira e entrei no banheiro. Tirei a bermuda de moletom e liguei o chuveiro para tomar uma ducha.
Saí com a toalha em volta da cintura e abri o guarda-roupas, vesti uma bermuda jeans lavagem escura e uma camisa branca, coloquei meu cordão de ouro no pescoço e meu relógio no pulso, sentei na ponta da cama e calcei meu sapatênis. Deixei o celular carregando e saí do quarto fechando a porta.
Coloquei a fuzil em volta das costas e minha pistola na cintura.
Montei minha moto e arrastei morro abaixo, estacionei na porta do Lucca. Os moleque que iam descer comigo já estavam tudo na espera.
— Eaí rapaziada — acenei.
— Eaí — falaram.
Me aproximei deles pra trocar uma ideia, decidir como íamos atacar e quem ia subir de frente comigo.
— Com certeza, eles não estão esperando pela gente — Cabeça falou. — Vamo chegar lá e fazer a festa.
— Isso ai — fiz toque com ele.
Os caras comemoraram.
— Neto, chega ai — Ryan chamou.
Caminhei até ele que estava encostado em uma das vans.
— Qual foi? — perguntei.
— Tá ligado que a Débora vai sair amanhã né? — me encarou. — Qual a demora da gente fazer um baile pra comemorar?
— Parceirona vai voltar — sorri. — Demorou, quando a gente chegar desse corre vamos resolver essa parada.
— Jaé então, valeu! — fez toque comigo.
Assenti e entrei na casa do Lucca, ele estava em pé encostado na mesa tomando café.
— Eaí viado — falei.
— Fala baixo porra — me encarou.
— Vamos logo fazer a roda — chamei.
Ele largou o copo em cima da mesa e me acompanhou para o lado de fora da casa.
Fizemos uma roda de oração para pedir proteção a Deus. Por mais que nós corra pelo errado, nós conhece o certo, todos os dias aqui em cima são incertos, na vida que nós levamos precisamos ter muita fé.
Ao fim da oração batemos palmas. Caminhei até minha moto e me encostei na mesma enquanto os moleque terminava de se ajeitar pra entrar nas vans, Lucca caminhou em minha direção.
— Eaí, tá nervoso? — perguntou.
— Eu sempre fico — falei sem encara-lo.
Ficamos em silêncio encarando os moleque guardar as armas nos veículos.
— Ah.. O que está acontecendo?
Olhamos para trás.
— Você devia tá dormindo Babi — Lucca falou. — São 04:17 da madrugada — encarou o relógio.
— Eu estava tentando mas vocês não deixaram com tanto barulho — respondeu.
Sem papas na língua, gostei!
— Lucca, corre aqui — Ryan chamou. — Rápido, caralho!
— Já volto!
Ela me encarou e cruzou os braços.
— O quê? — perguntei.
— Eu sou a Bianca — disse. — Você deve ser o Guilherme.
— Pode me chamar de Neto!
Ela assentiu.
— O que vocês estavam fazendo naquela roda? — perguntou.
— Uma oração antes de descer pra pista! — falei sem encara-lá.
— Que ironia.. — murmurou.
— Bandido tem muita fé se você não sabe — a encarei.
— Não tô desacreditando da fé de ninguém, só acho irônico isso — disse.
Dei de ombros.
Lucca voltou ao nosso encontro.
— Bom, acho que não preciso mais apresentar vocês — apontou para nós dois.
— Não, não precisa — a encarei.
Ela sorriu de lado e deu de ombros.
— Vamos Neto, tudo certo! — Cabeça chamou. — Vamo descer.
— Vai na fé — Lucca fez toque comigo.
— É nós, breve tô de volta!
Ele assentiu e me abraçou de lado.
— Vai entrar agora Babi? — Lucca perguntou.
— Deixa a porta aberta que eu já vou — falou.
— Beleza! — disse.
Ele se despediu do Ryan e entrou em casa.
— Tchau — a encarei.
— Tchau — falou. — Ah.. Cuidado! — descruzou os braços.
— Pode deixar, você ainda vai me ver!
Ela sorriu e acenou.
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Teen Fiction+18| Ela se apaixonou pelo moleque da favela, ele fazia tudo errado mas amava ela. #3 em ficção adolescente. [23.02.2019] #10 em ficção adolescente. [31.01.2019] #1 em ficção adolescente. [17.05.2018] ©2016 por Vitória Almeida. Todos os direitos res...