Capítulo sete

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Bianca Aguilar 

Abri os olhos devagar sentindo a cabeça doer, a luz do sol que entrava pela janela queimava minha perna. Sentei na cama e passei a mão no rosto, prendi o cabelo em um coque enquanto encarava o quarto. 

Roupas jogadas pelo chão, maço de cigarro em cima do criado mudo. 

— Aposto que fiz alguma merda — murmurei. 

Neto adentrou o quarto com uma cara de deboche e me encarou com meio sorriso. 

— Já era hora de acordar — falou. 

— Me diz que a merda que eu fiz não foi tão grande, por favor! 

— A merda que você fez foi enorme — cruzou os braços. 

Joguei a cabeça para trás e cobri o rosto com as mãos. 

— Lohany vai me matar — falei. 

— Ela já sabe que você tá aqui.. — disse. — Liguei para o Lucca ontem e pedi para ele avisar — caminhou até o guarda-roupas. — Ela mandou isso.. — jogou uma bolsa em cima da cama. 

Abri a bolsa e vasculhei a mesma atrás de um comprimido. 

— Acho que você sabe onde é o banheiro — saiu do quarto. 

— Acho que você sabe onde é o banheiro — murmurei e revirei os olhos. — Estupido! 

Peguei minha toalha na bolsa e caminhei até o banheiro, entrei fechando a porta e tirei a camisa do neto a pendurando junto a toalha, tirei a cueca boxe e liguei o chuveiro. 

Depois de um banho super demorado, saí com a toalha em volta do corpo e entrei no quarto fechando a porta. Me sequei e vesti minha calcinha, logo em seguida um short jeans rasgadinho, coloquei o sutiã e uma regata branca. 

Sequei o cabelo com a toalha e prendi de qualquer jeito, calcei a melissa, joguei a bolsa no ombro e saí do quarto.  

Desci as escadas rapidamente e caminhei em direção a porta. 

— Já vai? — Neto perguntou. 

O encarei sentado no sofá.

— Não, vou morar aqui! 

— A casa é grande — levantou. — Se quiser pode ficar a vontade. 

Revirei os olhos. 

— Valeu ai pela ajuda, tô indo — abri a porta. 

— Vou te acompanhar — disse. 

— Não precisa meu bem, eu sei ir sozinha — o encarei. 

— Se não quiser levar uma bifa por ai é bom aceitar que eu te leve — indagou. 

— Outra bifa? — cruzei os braços. — Porque você me deu uma ontem né. 

— Você falou algo que não deve falar a homem nenhum.

— Desculpa se eu ofendi sua masculinidade — coloquei a mão no peito. — Que ser humano horrível que eu sou. 

 𝙾 𝙳𝙾𝙽𝙾 𝙳𝙾 𝙼𝙾𝚁𝚁𝙾Onde histórias criam vida. Descubra agora