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Capítulo sessenta e três

Bianca Aguilar 

Apôs lavar os pratos, coloquei um pouco de salada de frutas na taça de sobremesa e caminhei até a sala. Sentei no sofá e fiquei assistindo sessão da tarde enquanto comia.

Peguei meu celular assim que o mesmo vibrou em cima do sofá e atendi. 

— Alô? — murmurei. 

— Babi? 

— Quem é?! — semicerrei os olhos. 

— Daniel — falou. 

— Ah, oi — levei a colher a boca. — Como conseguiu meu número? 

— Você está bem? — mudou de assunto. — Seu namorado te tratou bem?! 

— Ah, sim.. — murmurei. — Obrigada por se preocupar. 

— De nada — ouvi seu riso. — Estava aqui pensando, meu pai precisa de uma modelo de rosto! 

— Como assim? — franzi a testa e levei a colher a boca. 

— Uma mulher que seja bonita, mas ainda assim com um toque infantil, pensei em você.. 

— Eu?! — dei risada. 

— Sim, você é perfeita — falou animado. — Paga muito bem, apenas para tirar foto do seu rosto — disse. 

Fiquei em silêncio por alguns segundos, me imaginando na capa de uma revista. 

— Nossa, eu topo! — sorri. — Sempre quis ser famosa. 

Ouvi seu riso do outro lado da linha. 

— Que bom que aceitou — disse. 

— Como vamos fazer? — perguntei. 

— Você tem que comparecer aqui na empresa, assinar os papeis de contrato, pode trazer algum advogado se quiser — falou. 

— Não precisa, só me passa o endereço.. — murmurei enquanto pegava uma caneta em cima da mesa de centro. 

— Próximo a praia de Copacabana, não precisa de endereço ao certo, você vai ver o slogan da empresa — explicou. 

— Tá bom então — larguei a caneta. 

— Mas eaí, o que anda fazendo de bom? — perguntou. 

Bateram no portão três vezes seguidas. 

— Espera um pouco.. — falei. 

— Tá bom! — disse. 

Levantei e calcei as havaianas, coloquei a taça de sobremesa em cima da mesa de centro e caminhei pela sala em direção ao hall, abri o portão. 

Tinha um menino, morador aqui do morro, segurando um buquê de rosas azuis. 

— Neto mandou para você tia — estendeu as mãos.