Capítulo setenta e três

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Guilherme Dash

Depois de uma longa conversa com o meu eu, percebi que talvez eu tenha de fato me precipitado, o medo da traição, da rejeição, tenha me feito agir de tal forma.

Talvez nós dois tenhamos de fato errado, mas acho que tá na hora de sermos adultos e parar com essa birra de criança, de parar de impor regras uns nos outros. 

De exigir do outro aquilo que nós mesmos não conseguimos sequer cumprir.

Acho que tá na hora de agirmos como duas pessoas responsáveis. 

Estacionei a moto em frente a porta da Débora e desci tirando a chave, coloquei a mesma no bolso e abri o portão da frente. Caminhei pelo hall e adentrei a sala, os gêmeos dormiam dentro do cercadinho enquanto na televisão passava um desenho.

Débora saiu da cozinha com o celular na mão e me encarou séria. 

— O que você quer aqui? — perguntou. 

Sentei no sofá e respirei fundo. 

— Posso falar com você?! — franzi a testa. 

— Seja rápido — cruzou os braços. 

— Eu acho que errei, nós dois erramos na verdade — murmurei. — Mas acho que tá na hora da gente parar com essas briguinhas, quero me casar com ela logo. 

— Acho que ela não quer mais — sorriu. 

Nossa! 

— Sério Débora, preciso muito de você — levantei. — Ainda somos amigos, não somos? 

Ela continuou séria, me encarando. 

— Por favor.. — supliquei. 

— Tudo bem — revirou os olhos. — Qual plano? 

— Ela deve achar que eu vou atrás dela hoje de novo, mas vou deixa-lá em paz — falei. — É o tempo que vamos organizar as coisas. 

— E se ela disse não?! 

— Ai eu deixo ela paz, vida que segue, vamos criar nossos filhos e seguir separados — dei de ombros. 

— Tudo bem, como vai ser isso? — sorriu. — Me conta tudo — sentou no sofá. 

Sentei ao seu lado e sorri, me enchendo de esperanças. 

O portão foi aberto e ambos olhamos na direção, Lohany adentrou e semicerrou os olhos ao meu ver. 

— Neto? — murmurou. 

— Ele vai pedi-lá em casamento — disse. 

— Aaah — Lohany gritou. — Meu Deus! — sentou ao nosso meio. — É sério mesmo? 

— Como eu ia dizendo.. — pigarrei. — Você tem que dar um jeito de leva-lá até a Ilha das Palmas — falei. — Aluguei!

— Quê? — Débora me encarou. — Isso é muito longe! 

— Nem tanto, sem drama — Lohany falou.

 𝙾 𝙳𝙾𝙽𝙾 𝙳𝙾 𝙼𝙾𝚁𝚁𝙾Onde histórias criam vida. Descubra agora