Capítulo sessenta e seis

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Guilherme Dash

Coloquei a munição na arma e travei a mesma.

— Estão subindo Zé, estão subindo.. — Lucca gritou. 

Tirei a fuzil das costas e desci de frente, junto a Lucca. Tínhamos pouco mais de 270 homens lutando pelo morro. 

— Aqui quem fala é Diogo, capitão do Bope... Viemos trazer a paz para essa comunidade, peço que se entreguem.. — um dos policiais gritou. 

Sorri sem ânimo e destravei a fuzil. 

— Aqui quem fala é o Neto, dono do morro... Vem bater de frente colega, o mais forte leva — gritei. 

Três segundos se passaram e os tiros explodiram, alguns dos policias conseguiram passar pela nossa primeira barreira, mas os moleques que estavam nas lages derrubaram eles. 

Alguns dos outros policias correram para rua G, na tentativa de fugir dos tiros que vinham do alto. 

— Ryan, desce! — gritei e apontei para o beco. 

Ele balançou a cabeça positivamente e entrou no beco ao lado de três homens. 

Pisquei os olhos e dois dos moleques recém treinados já estavam no chão, tudo muito rápido. 

Os vermes subindo e ganhando espaço, começando a se espalhar no meu morro. 

— Merda.. — murmurei e me encostei em um muro para recarregar minha fuzil. 

Ouvi passos vindo em minha direção e puxei a pistola da cintura, apontando para entrada do beco. 

— Abaixa essa porra, sou eu! — Kleber levantou as mãos. — Cara, eles estão subindo, estão conseguindo passar pelas barreiras. 

— Então a gente não vai deixar porra — gritei. — Vamo lascar a bala nessas desgraças! 

Kleber balançou a cabeça positivamente e correu para o lado aposto ao meu. 

A troca de tiros ainda rolava a solta, caminhei pelo beco indo em direção a rua principal, quase na saída me bati de frente com um dos policiais, disparei rapidamente em sua direção, acertando sua cabeça. Peguei sua arma e atirei outra vez, agora em seu peito, só por garantia. 

Saí do beco pegando a rua principal e me juntei ao pessoal, atirando morro abaixo e me protegendo atrás das proteções que montamos. 

— Tá acabando, tá acabando.. — Ryan gritou. — Bota cara desgraça! — atirou para cima. 

— Cadê o Kleber? — gritei. 

— Neto, cuidado — gritou. 

Virei para frente e fui acertado com um tiro no ombro esquerdo, dei alguns passos para trás por conta do impacto da bala e caí no chão, apoiado nos sacos de areia. 

Ryan acertou o policial que atirou contra mim e correu em minha direção. 

— Isso dói pra caralho.. — coloquei a mão no ombro. 

 𝙾 𝙳𝙾𝙽𝙾 𝙳𝙾 𝙼𝙾𝚁𝚁𝙾Onde histórias criam vida. Descubra agora