Capítulo trinta e três

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Bianca Aguilar 

Caminhamos pelo aeroporto de mãos dadas e sentamos em um dos sofá's de espera. 

— Eu achei que seu pai não ia te deixar vir embora — falou. 

— Me controlei para não chorar quando ele chorou — murmurei. — Ficar longe dá muita saudades! 

— Imagino que sim — segurou minha perna. 

— Mas graças a Deus estamos voltando para casa — joguei os braços para cima. — O único ruim disso é que o dia de voltar para o curso se aproxima. 

— Já falei que isso não interfere em nada — me encarou. 

Passageiros do voo 136-0 compareçam a área de embarque e façam uma ótima viagem - a voz eletrônica ecoou. 

Levantamos e caminhamos de mãos dadas até a área de embarque, fizemos todos os mesmos procedimentos e passamos logo depois de entregar o passaporte e a passagem. 

[..]

Sentei na janela e Neto sentou ao meu lado, coloquei a bolsa no colo e inclinei o banco um pouco para trás. 

— O que nos resta é dormir — falei. 

— Com certeza, isso vai ser muito chato — me encarou. 

Assenti e fechei os olhos. 

Quando eu estava quase pegando no sono senti um baque em minhas costas, abri os olhos assustada e senti outro. Tirei o cinto e encarei o passageiro de trás, era um menino chutando minha cadeira, o adulto ao seu lado dormia com fones no ouvido. 

— Tem como você parar meu lindo? — perguntei. 

Ele mostrou a língua e puxou meus cabelos. 

— Aah — coloquei a mão na cabeça. 

Quem ele pensa que é? Esse trabalho é da Sofie. 

— Amor, o que foi? — Neto perguntou. 

Sentei na minha cadeira outra vez e ajeitei os cabelos. 

— Esse moleque ai atrás tá me irritando — falei. 

— O que ele fez? — perguntou. 

— Ele não me deixa dormir — murmurei. — Vou beliscar ele! 

— Não Babi, se comporta — segurou meu braço. — Não quero se expulso do avião. 

Assenti e prendi o cinto outra vez, me encostei em minha cadeira e fechei os olhos tranquilamente. 

Senti o baque em minhas costas outra fez e tirei o cinto, subi em cima da cadeira e virei para trás. 

— Tá achando engraçado seu pirralho feio? — rosnei. 

— Tô! — deu risada. — Não vou deixar você dormir — falou divertido. 

 𝙾 𝙳𝙾𝙽𝙾 𝙳𝙾 𝙼𝙾𝚁𝚁𝙾Onde histórias criam vida. Descubra agora