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Capítulo cinquenta e oito

Bianca Aguilar 

Abri os olhos devagar ao sentir a boca salivar, uma vontade louca de comer alguma besteira.

— Neto? — murmurei. 

Ele virou para o lado oposto e cobriu a cabeça. 

— Neto, caralho! — gritei. — A casa tá pegando fogo — puxei os lençóis. 

Ele sentou na cama assustado e me encarou. 

— Qual é Bianca — murmurou bravo. — Tá ficando louca porra? 

— Amor, tô com fome.. — murmurei manhosa. 

— Vai comer ué — deitou. — Caralho, você me deu um susto!

— Guilherme, é meu primeiro desejo — o encarei. — Eu acho.. — dei de ombros. 

— O que tu quer? — murmurou sem ânimo. 

— Pepino.. — passei a língua nos lábios. — Pepino com sal — sorri.

— Eu vou ter que ir pegar? — me encarou.

— O que você acha meu amor? — franzi a testa. 

— Vai você — disse. — Essa é boa agora! 

— Se essa vontade de comer pepino passar, e meu filho nasceu com cabeça de pepino, você me paga! 

Guilherme levantou bufando e bateu os pés no chão, levantou e saiu do quarto. 

— Também te amo! — gritei. 

Peguei o celular em cima do criado mudo e desbloqueei a tela, ainda estava longe de amanhecer mas já tinha muita gente online nas redes sociais. 

Só os decepção da família acordado a essa hora. 

Em questão de poucos minutos, Guilherme adentrou o quarto com um prato na mão. 

— Toma.. — me entregou. 

Peguei o prato de sua mão e sorri de orelha a orelha. 

— Vê se não come esse sal todo! — sentou na cama. 

— Uhum.. — levei um pedaço a boca. — Meu Deus, que delícia! 

  Parece algo mágico quando você come muito uma coisa que deseja.

Encarei Guilherme dormindo e revirei os olhos, não acredito que me deixou sozinha comendo pepinos, eu queria companhia. 

Depois de comer todas as rodelas de pepino, coloquei o prato em cima do criado mudo e deitei.

— Tô satisfeita.. — passei a mão na boca. — Mas tô com preguiça de escovar os dentes, foda-se. 

Guilherme passou a mão em volta da minha cintura e deitou a cabeça em meu ombro. 

Fechei os olhos e por incrível que pareça, apaguei.