📚 LIVRO 1 DA DUOLOGIA IRMÃOS SOAINT
Flora é professora de português e escritora com um grande bloqueio criativo. Agora, três anos depois de lançar seu primeiro livro que se tornou best-seller, ela está passando as férias em sua casa no litoral com...
Depois de quase arrancar cada pétala à procura de um cartão – sem sucesso –, sentei à mesa e escrevi loucamente um parágrafo cheio de devaneios a respeito de um admirador secreto. No fim, acabou se tornando apenas mais um conto em uma lista interminável. Cansada, cedi ao sono e acabei acordando tarde no outro dia.
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Preciso arrumar amigos temporários!, decidi, bufando enquanto trocava os canais da televisão. Todos os meus estão ocupados com seus trabalhos, e eu é que não vou deixar de me divertir enquanto isso. Apesar de disciplinada e madura, não resistia a uma balada ou roda de conversa repleta de risos. Troquei de roupa e saí em direção à praia. Depois de alguns minutos, o grupo de vôlei do dia anterior estava de volta. Fiquei observando eles, sem coragem de me aproximar, até que a bola caiu perto de mim. Levantei, indo atrás dela, e quando me ergui, uma mão feminina me encontrou.
— Oi! – Ela me olhou e tirou a bola da minha mão. Ela era simplesmente linda. E a cópia perfeita de uma amante do verão. — Obrigada...?
— Flora. Sou Flora, prazer. – Estendi a mão para cumprimentá-la.
— Jasmine, prazer. – Ela sorriu e voltou ao grupo.
Retornei ao meu banco de sempre, um pouco curiosa para conhecê-la melhor e ter com quem me distrair durante algum tempo. Precisava de uma amiga, já que Kristie ainda não conseguira ser liberada. Passei um tempo entre anotações de ideias e leituras de livretos de lançamentos literários. Estava pagando uma água de coco quando ouço alguém me chamar:
— Flora, é isso? – Virei-me e vi Jasmine ao meu lado, toda suada.
— Isso. Jasmine, né?
— Perfeito. Reparei em você durante algum tempo... É turista por aqui? – Ela perguntou, curiosa.
— Sim e não. – Soltei um risinho. — Conheço a cidade há anos, minha família tem uma casa aqui.
— Entendo. Então... Quer almoçar? Já passou da hora, e eu não quero ter que aturar as cobras do Litoral Clube de novo. – Ela olhou com cara de nojo para o grupo reunido.
— Claro, vamos. Onde você acha melhor? – Saímos caminhando à procura de algum lugar. Afinal, o que eu tinha a perder?
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No fim do dia nos despedimos aos risos e com o número uma da outra na agenda do celular. Havia sido um dia muito divertido, e apesar de Jasmine ter cara de poucos amigos, era simpática e já havia me convidado para me juntar ao pessoal no outro dia.
Mal havia aberto a porta, quando recebi uma chamada no celular. Era Lian, meu irmão policial.
— Boa noite, Li. – Atendi, já aborrecida.
— Oi, Flora. Por onde andou? Te liguei, mas você não atendia. – Ele e sua mania de querer me proteger.
— Ah, eu estava com uma amiga nova. E não precisa se preocupar, com vinte e oito anos já sou bem grandinha para saber com quem andar. – Adverti-o. Depois de alguns minutos, a conversa relaxou e trocamos novidades. Ele insistia para que eu focasse novamente no livro novo, que era meu propósito ali. Mas o que eu poderia fazer quando nenhuma ideia batia à porta?
Contrariando meu pensamentos, ouvi a campainha tocar e saí, ansiosa, querendo saber quem seria. Dei de cara com um rapaz com uma caixa rosa na mão. Ela tinha um laço enorme e meu nome gravado em dourado. As coisas estavam esquentando, e eu não tinha ideia de quem seria. Então, já dentro de casa, decidi telefonar para Kristie:
— Me diz que é você que está fazendo isso comigo. – Mal escutei o "alô" dela e fui logo a acusando.
— Hã? Fazendo o quê?
— Você sabe muito bem o que, Kris. É a segunda "surpresinha" – disse em tom irônico – que recebo aqui.
— Ai, amiga. Relaxa! Vai que é um admirador secreto? – Apesar de ter a minha idade, ela era mais sonhadora que garotas de quinze anos. – Soltei uma risada irônica:
— Claro. Devo ter vários. Fala sério – bufei – não é você? Mesmo? Eu ainda nem abri essa caixa. – Mordi o lábio.
— Pois abra e me manda uma mensagem dizendo qual é o conteúdo. Agora deixa eu desligar que quero dormir. Beijo. – Ela desligou e notei que passava das onze.
Irritada pelo mistério, abri rapidamente a caixa e encontrei bombons dentro dela. Fora isso, nem sinal de um bilhete. Hum,delícia!, concluí, e acabei me rendendo ao chocolate. Como um lampejo,depois de aberto o primeiro bombom, busquei o notebook e comecei a escrever.Fiquei satisfeita pelo conto ter ficado maior do que o anterior, e apesar de ainda não ser o que eu queria, estava feliz por estar evoluindo.
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